Sorriso
(Cleiton Lopes da Cunha)
O último sorriso Conto publicado na Antologia de Contos de Autores Contemporâneos - vol.3 Marcos era uma pessoa comum, jovem de aproximadamente 24 anos e filho de uma família de classe média. Trabalhava com seu pai, um soldado reformado do Exército, numa loja de discos de vinil no centro de Belo Horizonte. Com o surgimento dos cds, veio logo a crise dos vinis, o que levou a loja à falência. Marcos e seu pai então são obrigados, ou talvez levados pelo destino, a se mudarem para Pedro Leopoldo, cidade onde o custo de vida era mais baixo, portanto daria para os dois se manterem com a aposentadoria que o pai recebia. Porém, Marcos não estava muito feliz com a mudança pois tinha uma namorada em Belo Horizonte, pela qual era fascinado. Realmente, era o grande amor da sua vida e era capaz de fazer tudo por ela. Seu nome era Lívia, e ela também tinha uma grande paixão por ele. Já a família de Lívia não concordava com o namoro, pois Marcos era de uma família pobre e não tinha condições de lhe dar uma vida de acordo com os seus padrões. Certo dia, Marcos é surpreendido pelo pai de Lívia quando voltava da casa dela, e este lhe oferece uma carona. Marcos sem entender nada, aceitou. O pai de Lívia disse-lhe que estava precisando conversar com ele um assunto muito sério e pára o carro numa rua deserta e escura. Sem muitos rodeios, vai direto ao assunto e pergunta quanto ele queria para abandonar a sua filha de uma vez por todas. Marcos se surpreende com a proposta. Mesmo sabendo que a família de Lívia não aprovava o namoro, nunca pensou que seu pai pudesse chegar a tal ponto. E lhe respondeu, indignado: — O amor que sinto por Lívia não tem preço, não posso contrariar os desejos do meu coração a preço de nada... O pai de Lívia, enfurecido com a resposta, saca uma arma e lhe ameaça, como se já tivesse premeditado tudo, e de fato o fez. — Ou você abandona minha filha, ou tiro sua vida!!! Se você não se afastar dela, mato você! Sob a mira do revólver, Marcos empalideceu, ficou inerte, sem reação. Naquele momento, mesmo que o Pai de Lívia não atirasse, como não atirou, sentiu seus sonhos e planos indo por água abaixo. Depois da ameaça, e sem poder reagir, é deixado naquela rua vazia, silenciosa; fcou como quem tivesse perdido os sentidos. Então voltou para a casa, em Pedro Leopoldo, desencantado da vida. Passados alguns dias, Lívia sem saber de nada, e sem entender o porquê do sumiço repentino de Marcos, julga ter sido abandonada, que Marcos não a queria mais. E segue sua vida em frente, novos rumos, novos caminhos, novos amores... Marcos, decidido a não mais procurá-la, vivia a vida tentando esquecê-la; vivia a vida simplesmente, e a cada dia parecia perder mais os sentidos, sem amar mais ninguém. Passaram a chamá-lo de “Sorriso”, mas motivo para sorrir mesmo, não tinha. Vivia a andar pela cidade numa bicicleta colorida como se estivesse a fugir de alguém e andava de um lado para o outro, sem querer chegar a lugar nenhum. Cleiton Lopes da Cunha (Nasc.:03/11/1978).
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