A vida por um filtro
(Tom Farias)
A vida por um filtro O tempo fervia lá fora, e o suor escorria nos rostos dos operários que lutavam com uma grande pedra que despencou de um caminhão. Era um dia de calor, e o mês de novembro corria para os seus últimos dias. Na rua algumas pessoas passavam e não sentia curiosidade em querer saber o que havia acontecido. Parecia loucura, como aquela pedra havia caído? Ninguém sabia, mas tinha quem tinha visto o que aconteceu. A noite do acontecido -Por que tem que reclamar de tudo? Disse Pedro, um morador de rua. –Não estou reclamando. Retrucou Gustavo, outro morador de rua, só que mais velho que Pedro. –Você tem reclamado de tudo, dia e noite, não poderia ficar um minuto sem ter que reclamar? –Mas que falastrão é você Gustavo, eu só não gosto de dividir o meu tempo com besteira, e você faz isso, quando vai para o bar do Toninho. –E você não vai? Você não sai de lá, ele me fala tudo. E mais, ele me contou que você ontem, saiu de lá de quatro pés, parecendo um porco de bêbado, e agora quer me ensinar moral. –Cala a boca seu patife fedorento. Se tiver alguém aqui que é um porco este é você, que já faz dez dias que não toma banho.
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