ESTRATÉGIAS EM SERVIÇO SOCIAL 
(VICENTE DE PAULA FALEIROS)
  
o autor faz uma critica reflexiva acerca de todos os processos que envolveram a trajetória do Serviço Social, as crises da profissão na busca constante por uma identidade profissional, suas aplicações teórico-metodológicas e dificuldades no enfrentamento da realidade social.
             A partir de considerações históricas, traça um quadro de comportamento do serviço social, para a verificação das problemáticas apresentadas e os posicionamentos profissionais para seu enfrentamento. Ora um Serviço Social à serviço do Estado, como contentor dos ânimos do trabalhador; ora o profissional posicionado politicamente rompendo com esse sistema; ora um período reflexivo que possibilitou a criação teórica e científica (saber profissional) e ora a preocupação com o saber-fazer, aliando teoria e prática . Assim, após essa visualização geral propõe a criação de estratégias de ação profissional, sem desmerecer a historicidade e a teoria, mas considerando as transformações sociais e a realidade brasileira atual diferida de outras.
             Seria novamente o caso de repensar o Serviço Social, não mais considerando a luta de classes burguesia x proletariado, que marcou o início de real intervenção do profissional na sociedade, mas o contexto mais atual de relações entre  dominantes x dominados, que significa também uma relação de força e poder. Trata-se de uma estrutura que emerge das mais variadas contradições e valores envolvendo diferentes interesses e fragilizando àqueles que se encontram à margem dessas competições. 
             Essa fragilidade emocional, física, psicológica e financeira, traz conseqüências para a vida dos indivíduos e suas relações familiares, impulsionando níveis de desigualdade e criminalidade que afetam de forma monstruosa nossa sociedade.
             É nesse contexto que o Serviço Social é chamado a intervir. As diversas faces das dificuldades sociais sejam elas econômicas, culturais, conflitantes com a lei, abusos de várias formas contra as pessoas e dignidade humanas, aparecem cotidianamente e necessitam do apoio desse profissional, habilitado para esse fim.   Mas não se pode reduzir sua atuação somente na identificação e encaminhamentos desses indivíduos aos órgãos competentes, é preciso analisar criticamente essa realidade geradora do conflito e buscar formas de intervenção para sua transformação. 
             Embora da mesma profissão, muitos assistentes sociais se diferem ideológica e praticamente uns dos outros. Alguns trabalham para Instituições e se incumbem de suas tarefas de acordo com as normas que a mesma lhe propõe sem fazer uma análise conjuntural dessa ou daquela situação, outros porém vão mais adiante e possuem habilidades e estratégias que transformam significativamente a realidade. O autor exemplifica falando sobre o livro escrito por Paulo Collen (1987) sobre sua própria experiência enquanto interno da FEBEM, onde os Assistentes Sociais que o atenderam tiveram comportamentos diferentes, de um lado uma profissional estratégica, hábil e articulada e de outro um profissional que com posicionamento  mecânico e alienado, projetando-se nos resultados positivos e negativos que tais intervenções lhe causaram. 
             Essa é a estratégia em serviço social. Através da ação, conseguir realmente modificar uma realidade, transformar o sujeito em ator e autor de sua própria história. Não são atitudes fáceis, os obstáculos são muitos e o próprio sistema se encarrega de dificultar, mas essa habilidade vai fazer a diferença nas relações e no processo de legitimação da profissão. 
 
  
 
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