O Globo
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A Rio de Janeiro é tudo. A Rio de Janeiro é linda. Não é erro de concordância. É equívoco na interpretação. É a arte com eficiência, contra a eficiência sem arte. Não falemos da violência, dos traficantes, dos tiroteios ou dos policiais corruptos. Não falemos porque “somos” ou “estamos” cariocas. Tampouco seria relevante falarmos da ginga do samba, da alegria, do malemolejo da vida e do futebol num Maracanã cheio no domingo à tarde (Fla X Flu em final de campeonato brasileiro). Como descrever o Cristo Redentor abençoando a cidade? E a praia de Copacabana cujos astros principais são a diversão e o sol? E o subúrbio pobre em grana e rico em alegria? E Madureira com o Império Serrano e a Portela que agitam não apenas um bairro, mas uma Sapucaí, que no carnaval representa o mundo inteiro? Sabe aquele “Dia de São Nunca”? Sabe aquele “trinta de fevereiro”? Talvez nesses dias nós possamos tirar nosso sorriso da cara. O Japeri e o Santa Cruz vão para o Centro da Cidade calados de segunda à quinta-feira. Mas quando chega a sexta-feira, é pagode. A Rio de Janeiro é isso: Maracanã e samba, subúrbio e zona sul, Sapucaí e a terceira Maravilha do Mundo Moderno, Tom Jobim e Vila Lobos, Fernanda Montenegro e Miguel Falabella, Zeca Pagodinho e Jorge Aragão, Garrincha e Zico, havaianas na pasta do executivo e o hino nacional brasileiro sendo cantado por duzentos milhões de “Cariocas”. Final da Copa do Mundo de Futebol. Ano 2014. Brasil 5 X 0 Argentina. No Maracanã. Será que Deus é Brasileiro? Nós achamos que Ele é CARIOCA. Sabe-se lá? Você duvida ou concorda?
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