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Cecílio Elias Neto - Um "baita" piracicabano - PARTE 2
(Samira Spolidório)

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Data: novembro/2005
Um episódio muito marcante na vida de Cecílio que ilustra todo o poder dessa “identidade” foi uma visita a Brasília: quando se encontrava na ante-sala do então Ministro de Estado André Asa e, devido ao atraso da audiência, o chefe de gabinete veio desculpar-se pela demora, e Cecílio respondeu espontaneamente: “Num esquenta a muringa, não”. O chefe de gabinete perguntou emocionado se ele era de Piracicaba. “Sou”, foi a resposta. Para sua surpresa o distinto senhor era um engenheiro-agrônomo formado na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) e há 40 anos não visitava Piracicaba, mas as lembranças do tempo de universitário ainda o emocionavam muito.
Apesar de muito bem recebidas, essas obras de recuperação, também receberam algumas críticas. “Preconceito houve sim, de alguns, eles acharam que eu estava esculachando com a cidade, não entendiam que a língua é um marco e que eu fiz o livro no sentido de registrar as palavras que eram usadas”.
Além de Arco, Tarco, Verva e do Dicionário, o livro Bagaço de Cana também sofreu com críticas nesse sentido. “Nesse romance eu pego a linguagem de Piracicaba e deixei que os personagens falassem nua e cruamente, se é cortador de cana como é que vai falar?”.
Cidadão político e atento vê com bons olhos o desenvolvimento de Piracicaba, mas ainda teme pela violência e a perda de identidade que ele pode gerar. “Piracicaba tem um privilegio porque sempre esteve à margem de estradas de rodagem e de estrada de ferro, e isso foi muito importante pra nós, porque Piracicaba se desenvolveu e continua se desenvolvendo equilibradamente”.
Intensamente apaixonado por seu trabalho, Cecílio não liga por não ter “horas vagas”. “Eu consegui fazer com que meu trabalho seja meu lazer. Eu gosto muito do que eu faço, gosto muito de pesquisar e de escrever. Então, realmente, o que eu gosto de fazer nas horas vagas é ler, estudar, pesquisar e ouvir música o dia todo”.
Cecílio, que já chegou a escrever doze textos semanais entre crônicas, editais, reportagens e entrevistas, atualmente tem se dedicado quase que exclusivamente ao jornal “A Província”, que ele está reativando como um portal na Internet. “Estou escrevendo muita coisa, tem muita coluna lá que eu estou fazendo e que está me tomando muito tempo. Nós vamos fazer um grande portal, em janeiro vai estar pronto isso”.
Com o trabalho de construção do portal que está desenvolvendo para “A Província on line” a intenção de Cecílio é resgatar não só toda a questão do “sotaque”, mas também da cultura de Piracicaba. E ele não tem poupado esforços pra isso. No portal, Cecílio pretende disponibilizar as mais de cinco mil fotos que possui da cidade e também todos os outros dados e documentos que ele e sua equipe estão reunindo.
Modesto e direto diz não saber avaliar o valor de suas obras para a cultura piracicabana. “Eu acho que a minha contribuição é dar ênfase aos nossos valores. Ninguém reclama do carioca, do gaúcho, eu acho que Piracicaba está perdendo tempo em não transformar esses nossos valores em valor econômico”.
Todo esse amor por Piracicaba foi reconhecido em 2001 quando Cecílio recebeu da Câmara Municipal de Piracicaba o prêmio “Piracicabanus Praeclarus”, oferecido a cidadãos que se envolveram e trabalharam em prol da cidade. Desde sua criação, há mais de 50 anos, Cecílio foi o décimo quinto piracicabano homenageado com esse prêmio.
“Eu amo a minha terra, e nunca imaginei que Piracicaba pudesse me dar algo tão importante. Eu fiquei muito sensibilizado com isso, fiquei envaidecido e pra mim só aumentou a minha responsabilidade. Se eu me sentia com responsabilidade em relação à Piracicaba, esse título me deu maior responsabilidade ainda, se há um reconhecimento desse, eu tenho que corresponder”.
Cecílio parece não se dar conta da importante figura pública que se tornou. Premiado como escritor e cidadão, outra de suas facetas foi reconhecida. Foi eleito para a Academia Paulista de Jornalismo, onde nunca um piracicabano ou alguém do interior esteve. “A indicação foi para mim uma surpresa absoluta e se eu for eleito e vai ser um reconhecimento à Piracicaba porque eu fiz jornal aqui, eu me recusei a sair daqui”, afirmou ele na época da indicação.
Cecílio diz estar numa fase de releituras. “Há livros que você lê numa oportunidade e eles parecem não ter nada a dizer, e, de repente, você descobre tesouros.É preciso ler sempre, sempre, sempre, eu leio desde garoto mas é preciso fazer releituras, porque determinado livro marcou ou porque não marcou. Não sei se é hábito ou vício, mas eu leio 10 ou 15 livros ao mesmo tempo”.



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