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este dia
(Gabriel Troilo)

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Certos dias devem ser guardados (resguardados), com cuidado, para que não se perca o fio do tempo, e não se envelheça antes do tempo. Nestes dias as horas tem de passar uma a uma, minuto a minuto, não como se passa nos outros dias, mas como nestes dias. Devem elas ter o valor de cada momento, o proveito tirado como se não fossem mais voltar, nunca! Certos dias a discórdia tem de ser escondida, para que não ouça a canção alegre deste dia, e nem esta se dê conta da existência da outra, e cante alegremente...o dia todo! Há dias em que o piar dos pássaros há de soar como canção aos ouvidos.Há dias que os ouvidos pedem este silêncio, não o surdo, o silêncio dos grilos, dos bem-te-vis, do riachar do riacho pelas pedras, dos caracarás em rasante no escampado, do vento penteando o capim. Nestes dias todo som deve entrar com harmonia na mente, e esvaziá-la. O ar deve ter o aroma da terra, das árvores. Deve entrar puro no peito, e aliviá-lo. Certos dias deve-se trocar os prédios por pedras! Grandes blocos de pedra, tão grandes quanto os próprios prédios. E, se possível for, deve-se (para o bem das emoções intensas) subi-los até o alto. E, se possível for (nestes dias quase sempre é), deve-se saltar! Saltar da pedra mais alta e sentir o breve sabor da gravidade. Deve-se saltar, e, é claro, deve-se cair nas águas cristalinas daquele riacho que riachava logo atrás, mas que agora borbulha, e salta também da mesma pedra. E juntos caem, água e corpo, na liqüidês das mesmas águas que se ajuntaram em uma pequena e profunda lagoa. Neste dia é claro deve-se abrir os olhos debaixo d’água, mesmo que ardam e se tornem vermelhos. Abrir bem os olhos e olhar, sob a transparência das correntes, os seres que ali estão também a te olhar, e cumprimentá-los, mesmo que não respondam. Ou então apenas nadar ao lado deles. Há dias em que os raios do sol hão de se fazer livres, para brincar entre as nuvens, pintar o céu... e descer, descer correndo até a relva, até as rochas, até a imensidão de água do rio. E neste (o rio) refletir os desenhos que fez no horizonte, com o mesmo tom de vermelho-amarelado, amarelo-avermelhado...alaranjado! Com os mesmos tons com que pintou o firmamento. Para que os olhos se percam entre o que é céu e o que é água. Nestes dias deve-se despedir do sol como se despede de um grande amigo, um amigo que acaba de te presentear o melhor dos presentes: este dia. Há noites em que é preciso deitar cansado, e dormir pesado. Dormir o sono que mereceu o dia. Há noites em que se deve sonhar, sonhar e se deleitar com os momentos, com os grandes acontecimentos e com os pequenos detalhes deste dia. Sonhar com este dia, e trazer aos próximos a paz merecida.



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