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A confusão
(U.M.)

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A CONFUSÃO A ordem das sociedades provoca a vergonha a culpabilidades aos próprios olhos e a censura aos olhos de outros, mesmo antes da lei manifestar os seus rigores. A própria opinião dos outros, às vezes encenada, faz a lei. Os empreendimentos do herói podem fazer do mito o equivalente de uma sátira, de uma crítica irónica da sociedade e do tipo de homem que ela modela. As produções do imaginário tomam forma, materializam-se nas instituições e nas práticas. Mas, ao mesmo tempo, elas são tratadas em proveito da ordem social e do poder que a guarda. Podemos aqui referir a figura do “Trickster” (Trapaceiro) que se trata de uma personagem genérica que age, engedra e se transforma ora em Deus ora num herói e é assim chamado – Trapaceiro – pelos mitólogos anglo-saxãos em lembrança de uma velha palavra francesa. Nos debates envolvendo o homem e a sociedade que lhe impõe uma ordem, a personagem do Trapaceiro permite exprimir pelo mito das incertezas e recusas, a introdução imaginária da turbulência num mundo de códigos e constrangimentos. Outra personagem mitológica é o Bufão (ou Palhaço) que não respeita nada nem ninguém. A sua licença é total, a sua impunidade a mais completa e o seu ataque é tanto mais forte quanto mais venerado é o objecto que visa. Como a sociedade nunca está segura da sua ordem, a função de Bufão sagrado encontra-se presente e assumida na maioria das formações sociais de poder tradicional. A imagem de Bufão não ocupa somente as cenas das sociedades “exóticas” e das sociedades do passado. Esta imagem mantém-se nos nossos jogos, nas nossas tradições populares. Esta figura continua a “brincar” com as aparências e com a realidade escondida, com a ordem e com a desordem. O circo, o teatro, as telas também apresentam personagens que perturbam toda a lógica social, contradizem as convenções e a moral comum, revelam o que está oculto, pelo exagero e pela farsa – são palhaços ou comediantes burlescos. Os palhaços constituem o fim da linhagem dos palhaços sagrados, mascarados, fantasiados. Estão em vias de extinção. Os comediantes burlescos descendem dos Bufões populares, criam um “tipo”, uma personagem, recorrem a todos os recursos da arte do espectáculo primitivo, criam efeitos com toda a liberdade, sem nenhuma preocupação de progressão dramática.



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