Tempo Sagrado vs. Tempo Profano - Análise
(U.M.)
àTradicionalmente o interesse das festas tem-se centrado mais nos ritos de iniciação e de passagem ou apenas nos ritos que pressupõem um contexto sagrado ou religioso.
àA taberna e hoje o café são, além de outras coisas, locais de encontros e acções ritualizadas, mesmo que o contexto religioso esteja relativamente ausente.
àA festa constitui um fenómeno social total na medida em que abarca diversos aspectos da realidade social: ritual-simbólico, socio-económico, organizativo-político, lúdico, estético e erótico.
àNa esfera religiosa, na sua vertente ritual, a festa é associada ao sagrado, à componente simbólica ou até mística da relação do homem com o transcendente, o divino. A festa embora confundida com o cerimonial, o seu ritual tem sido objecto de várias interpretações: funcionalista, transaccionista ou interaccionista simbólica, weberiana e marxista.
àA festa reflecte determinados contextos e preenche mesmo determinadas funções sociais e culturais.
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àShakespeare: “O mundo inteiro é uma cena” – um jogo encenado a fim de mostrar os jogos da sociedade, que os faz e desfaz; uma sociologia que não depende de enunciação, mas da demonstração pelo drama. Esta expressão tem um duplo sentido: o de agir e o de representar o que está em movimento a fim de provocar a descoberta das verdades escondidas em todos os assuntos humanos.
àAs técnicas dramáticas não são utilizadas exclusivamente no teatro, mas também na direcção da cidade
àO poder só se realiza e se conserva pela transposição, pela produção de imagens, pela manipulação de símbolos e pela sua organização num quadro cerimonial
àA dramaturgia política traduz a formulação religiosa, ela faz uma réplica da cena do poder ou uma manifestação do outro mundo. A hierarquia é sagrada e o soberano depende da ordem divina, dela fazendo parte ou recebendo o seu mandato. Logo o passado colectivo, elaborado numa tradição, num costume, é a origem da legitimação.
àÉ o mito do herói que acentua com + frequência a teatralidade política
àDos processos dos funcionamentos políticos, o modo democrático situa-se à parte. Ele não depende ordinariamente nem da conivência dos deuses ou do respeito da tradição, nem do surgimento do herói ou do controlo das correntes históricas. Depende da arte da persuasão, do debate, da capacidade de criar efeitos que favoreçam a identificação do representado ao representante
àO mito da unidade, expresso pela raça, pelo povo ou pelas massas torna-se o cenário da teatralização política. Ele mobiliza e recebe a sua aplicação + espectacular na festa que põe a nação inteira em situação cerimonial
àO 1º de Maio socialista é bem + do que uma simples festa do trabalho. Ele reúne, ele iguala, ele alia num momento o povo e os seus chefes na exaltação das realizações comuns
àNo decorrer da sua história todas as cidades se enriquecem de lugares aos quais pode ser atribuída uma função simbólica, recebida por destinação ou em virtude de algum acontecimento
àOs empreendimentos do herói podem fazer do mito o equivalente de uma sátira, de uma crítica irónica da sociedade e do tipo de homem que ela modela
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