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O Mal Estar na Civilização
(Sigmund Freud)

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Freud trata a religião como sendo uma ilusão. O ego é o nosso próprio eu, autônomo e unitário, distintamente demarcado de tudo o mais. Para Freud, o sentimento oceânico despertado pela religião pode ser explicado pelo desenvolvimento diferenciado do ego, no qual não houve completa separação do mundo externo. Há uma comparação da religião com a figura paterna, remontando possivelmente a atitude religiosa ao desamparo da infância. Para ele a religião é algo infantil, servindo como medida paliativa para suportar os sofrimentos da vida. Segundo Freud, o propósito da vida, conforme comportamento dos homens, é a busca por intensos sentimentos de prazer e ausência de sofrimento (princípio do prazer). Sentimos prazer intenso principalmente através de contrastes e menos de um estado de coisas. Para Freud, a infelicidade é muito mais fácil de ser experimentada: através de nosso próprio corpo, do mundo externo e do relacionamento com outras pessoas. Muitas vezes a felicidade é entendida meramente como ausência de sofrimento, dada a dificuldade de experimentar os picos de prazer. Há vários métodos para fuga do sofrimento, entre eles: isolamento, controle dos instintos, substâncias tóxicas, deslocamento de libido, amor, etc. A religião também é uma fuga do sofrimento, impondo igualmente a todos seu próprio caminho para aquisição da felicidade, depreciando o valor da vida e deformando o quadro do mundo real de maneira delirante. A infelicidade causada pelos relacionamentos entre humanos (relações sociais) pode nos remeter à idéia de que a grande responsável por nossa desgraça seria a civilização, supondo equivocadamente que um retorno às condições primitivas nos proporcionaria maior felicidade. O aumento do controle da humanidade sobre o espaço e o tempo não aumentou a quantidade de satisfação prazerosa nem nos tornou mais felizes, o que nos permite concluir que esse poder sobre a natureza não é a única precondição de felicidade humana. Esperamos da civilização uma valorização da beleza, da limpeza e da ordem, contrariamente à tendência do homem para o descuido, irregularidade e irresponsabilidade. O passo decisivo de uma civilização é a substituição do poder individual pelo poder da comunidade (direito), atendendo a primeira exigência da civilização: a justiça. A civilização é construída sobre uma renúncia aos instintos humanos, provocando uma frustração cultural, que domina o grande campo dos relacionamentos sociais. Na busca pela felicidade através do amor, muitos protegem-se contra a perda de objetivo voltando seu amor para todos os homens, evitando as incertezas e decepção do amor genital. Para Freud um amor assim tem uma desvalorização, pois faz injustiça ao objeto. Pode-se supor que a vida sexual, como fonte de felicidade e realização de nosso objetivo na vida, encontra-se muito diminuída, dando a impressão de estar em processo de involução, devido às restrições e tabus impostos pela civilização. Freud repudia algumas exortações religiosas, tais como “Amarás a teu próximo como a ti mesmo” e “Ama os teus inimigos”, que vão fortemente contra a natureza original do homem. Para ele, uma exortação mais correta poderia ser: “Amarás a teu próximo como este te ama”. Segundo ele, os homens não são criaturas gentis que desejam ser amadas, mas são, pelo contrário, criaturas em cujos dotes instintivos deve-se considerar poderosa cota de agressividade. Essa inclinação para a agressividade é o maior impedimento à civilização. As premissas psicológicas em que se baseia o comunismo são, para Freud, uma ilusão insustentável, pois, para os comunistas, a propriedade teria corrompido a natureza humana. Este fato é pois, inverídico, tendo em vista que desde os tempos mais primitivos havia a agressividade, ou seja, a agressividade não foi criada pela propriedade. A dificuldade em encontrar felicidade pode ser compreendida levando-se em consideração o fato do homem civilizado ter sacrificado uma parcela das possibilidades da felicidade (restrições do instinto) em troca de segurança.



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