PONTOS FORTES E FRACOS DOS ADVERSÁRIOS
(Politica para Politicos)
PONTOS FORTES E FRACOS DOS ADVERSÁRIOS - Quando se começa uma campanha eleitoral, a quase totalidade dos trabalhos iniciais está voltada para as questões internas. São as questões relativas à formação de uma equipe, à captação de recursos, às relações com o partido, à instalação de uma sede, às discussões sobre a temática da campanha, e outras, mais pertinentes à organização da campanha do que as relações políticas externas. O momento pré-campanha é a ocasião para "pressionar a mola", isto é, para reunir e concentrar forças que serão liberadas quando a campanha começar. Não obstante, há questões externas à organização da sua campanha que também não podem esperar. Já se alertou que nesta época começam os trabalhos de sondagem dos sentimentos e prioridades do eleitor, bem como as suas reações aos possíveis candidatos. Se tiver recursos, faça uma pesquisa para tomar conhecimento do que está pensando o eleitor sobre os possíveis candidatos, sobre os problemas que ele quer ver resolvidos, sobre sua avaliação do governo, sobre os seus sentimentos e opiniões a respeito de matérias importantes e que estejam em evidência na comunidade. Se não tiver recursos para bancar uma pesquisa própria, use as que existem (de órgãos de imprensa, associações etc), mas use sobretudo o "ouvido". Ponha seus auxiliares e voluntários a ouvir a população. Sua campanha deve entrar em "modo de escuta"! Mas atenção. Não adianta nada ouvir os que já o apóiam. Você também deve conversar. Conversar com cabos eleitorais, com técnicos do partido, com outros políticos, com jornalistas e formadores de opinião. Mas muita atenção para não se confundir: o resultado desta operação de escuta não é uma pesquisa. É uma sondagem, Uma das áreas que deve ser estudada com muita objetividade e atenção é a dos seus adversários potenciais. Por pesquisa ou pela "operação escuta" você ficará sabendo muito sobre eles, terá acesso a informações que não conseguiria, ouvindo apenas seus auxiliares, e apoiadores. Você deve desenvolver o hábito de montar um fichário para cada um de seus potenciais adversários. Nele você registrará ou guardará materiais, que se referem a eles: reportagens, entrevistas, declarações, votos dados, quem o apoiou, a quem ele apoiou em outras eleições, dados biográficos, votos obtidos em eleições, e todas as demais informações que possam vir a ser úteis. Você terá ainda, neste arquivo, uma seção com informações "não confirmadas", isto é o que a "operação escuta" captou sob a forma de "ouvir dizer". Na maioria das vezes estas informações são incorretas, inexatas e até inverídicas. Mas há também ocasiões em que a sua continuidade, a diversidade das fontes que a referem, a compatibilidade entre o que se alega ter sido dito e o comportamento podem reforçar a credibilidade da declaração. Estudar o adversário é além de identificá-lo, conhecê-lo. Isto é, saber o que ele está pensando. Este trabalho é preliminar. Ainda não é pesquisa de investigação do adversário. Esta última é muito mais completa, minuciosa e documental. É um trabalho preliminar para identificar pontos importantes que serão investigados a seguir. Estudar os adversários potenciais é, antes de tudo, identificá-los. Dentre os vários nomes que circulam, alguns não chegarão a ser candidatos. Você provavelmente se deparará com a seguinte situação: ou o adversário principal já existe, ainda que o partido não o reconheça publicamente; ou há vários cogitados em condição de aproximada igualdade. No primeiro caso, você já tem definido quem deve estudar. No segundo, você precisa fazer um acompanhamento de todos os que são referidos e que têm potencial de competitividade. Você não gastará tempo, com aqueles candidatos que disputam sem a menor chance de competitividade, que concorrem com outros objetivos que não o de vencer. Estudar o adversário é além de identificá-lo, conhecê-lo. Isto é, saber o que ele está pensando, devocê, da eleição, do governo, das prioridades da população; quais as pessoas que o influenciam, que o cercam; qual a sua situação dentro do partido - tranqüila ou contestada? Como ele é visto pela mídia, pelos empresários, pelos sindicatos, pelos movimentos etc; Estudar o adversário é também antecipar suas ações - você provavelmente pensa que já o conhece.Eles estão sujeitos, tanto quanto você, à dinâmica da política, aos sentimentos do eleitor, e à vontade e necessidade de ganhar a eleição. Você deverá construir, então, um ou dois cenários de ação, que seriam lógicos que seus adversários seguissem, e testá-los pelo comportamento deles. Se suas previsões não anteciparem os comportamentos, é porque não conseguiu descobrir a forma como pensam, a linha estratégica que estão seguindo. Neste caso, abandone aqueles cenários e construa outros. Estudar os adversários é distinguir com a clareza possível os pontos fracos e fortes deles - ao estudá-los você estará em busca não somente dos pontos fracos, dos flancos vulneráveis dos seus adversários, como, por igual, seus pontos fortes, aqueles pontos, inclusive, em que ele é melhor que você. Em relação aos pontos fortes, nos quais você não se sai tão bem como eles, você deverá investir em se preparar melhor, corrigir-se, mudar, de forma a conseguir equilibrar a disputa. Não lhe basta "azeitar" sua máquina de campanha e concentrar toda a sua atenção nas questões internas da sua candidatura. Em paralelo, você deverá descobrir o "estado de espírito do eleitor" e "estudar seu adversário". Estas informações, obtidas com o máximo de precisão possível, são absolutamente indispensáveis para definir o posicionamento de sua candidatura.
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