Emílio ou Da Educação
(J.- J. Rousseau; tradução de Martins Fontes)
Neste precioso livro o filósofo Rosseau aborda com maestria a questão da Educação. Em 9 de julho de 1762, uma sentença do parlamento de Paris condenava o Emílio a ser rasgado e queimado, e ordenava: " O chamado J.- J.Rosseau...será detido e levado às prisões da portaria do Palácio", o que garantiu ao livro toda a publicidade que ele merecia. Rosseau é daqueles que acham que não há maior covardia do que o abandono dos filhos que se teve o prazer de fazer : " Um pai, quando gera e sustenta filhos, só realiza com isso um terço da sua tarefa. Ele deve homens à sua espécie, deve à sociedade homens sociáveis, deve cidadãos ao Estado. Todo homem que pode pagar essa dívida tríplice e não paga é culpado, e talvez ainda mais culpado quando só paga pela metade. Quem não pode cumprir os deveres de pai não tem direito de tornar-se pai. Não há pobreza, trabalhos, nem respeito humano que o dispensem de sustentar seus filhos e de educá-los ele próprio. Leitores, podeis acreditar no que digo. para quem quer que tenha entranhas e desdenhe tão santo deveres, prevejo que por muito tempo derramará por sua culpa lágrimas amargas e jamais se consolará disso."( Emílio, Livro I). Na verdade , o Emílio é ainda hoje um excelente meio de progredir no amor aos filhos, um "tratado de educação" ou um manual de pedagogia. Depois de queimá-lo por conter coisas muito ousadas contra a Religião e o Governo colocaram-no na categoria tranquilizadora dos livros a serem lidos por todos. A educação de Emílio tem um grande objetivo: formar um homem livre, capaz de se defender contra todos os constrangimentos. O livro tem tiradas atuais ao aconselhar aos pais fracos e indecisos : " Os pais fracos, que cedem a todos os pedidos dos filhos, longe de respeitar a sua liberdade, corrompem-na; longe de fazer dele um ser livre, submetem-no as suas fantasias e mais tarde às suas paixões. Sabeis qual o meio mais seguro de tornar miserável vosso filho? É acostumá-lo a obter tudo, pois, crescendo seus desejos sem cessar pela facilidade de satisfazê-los, mais cedo ou mais tarde a impotência vos forçará, ainda contra a vontade , a usar da recusa. E essa recusa inabitual dar-lhe-á um tormento maior do que a própria privação do que deseja. Feliz,ele! É um déspota; ao mesmo tempo, é o mais vil dos escravos e a mais miserável das criaturas. " Aos pais e educadores de hoje vale a pena ler e reler este livro. Este resumo foi escrito por joaodomundo ( João Garlipp Tagliolato) , que se identificará posteriormente.
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