A PUPUNHEIRA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
(Jerson)
A PUPUNHEIRA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
A pupunheira é uma palmeira de crescimento rápido que pode atingir uma altura de 20 metros. Geralmente forma uma pequena touceira. É encontrada no trópico úmido das Américas entre os latitudes 16 S e 17 N (Mora Urpí et al., 1997). A pupunheira é cultivada o de duas formas muito distintas: para fruto (400 ou menos pés por ha que se desenvolvem até a fase madura, frutificam e podem até chegar à altura máxima indicada anteriormente) e para palmito (5 a 10.000 pés por ha; a planta não chega a florescer; uma vez que atinge 2-3 metros de altura o estipe é cortado para obter o palmito).
Na Amazônia brasileira a pupunheira é cultivada quase exclusivamente para fruto, principalmente por agricultores de baixa renda. Praticamente todos possuem um número reduzido de plantas dessa espécie. O fruto deve ser cozido para servir para o consumo humano. O principal uso do fruto é na forma inteira como parte do lanche ou do café de manhã. O fruto não costuma fazer parte das refeições principais, o almoço e o jantar. A pupunha foi domesticada pelos Ameríndios, o que resultou em diversas variedades tradicionais que se diferenciam principalmente pelo tamanho do fruto e pela percentagem de óleo (Mora-Urpí et al., 1997). Ocorre também grande variabilidade dentro dessas variedades.
Nas últimas décadas, na Amazônia, o mercado para frutos, em geral, teve um bom desenvolvimento. Entre 1980 e 2000, a população urbana da Amazônia Legal quase triplicou (Barreto et al., 2005) aumentando o mercado potencial para frutos. Diversas espécies nativas aumentaram suas vendas substancialmente, como foi o caso do cupuaçu (Theobroma grandiflorum), bacuri-do-pará (Platonia insignis), açaí (Euterpe oleracea e E. precatoria), tucumã-do-amazonas (Astrocaryum tucumã) e uxi (Endopleura uchi). Também espécies não nativas, como laranja, coqueiro (Cocos nucifera) e acerola (Malpighia punicifolia), mostraram forte expansão. Produtos especiais, como “vinho” de açaí, água-de-coco e “polpa” de tucumã, encontraram novas categorias de consumidores. Altos preços dos frutos não constituíram, nem constituem, necessariamente, um impedimento para a venda, como podia é pode ser averiguado nos supermercados de Manaus.
Infelizmente a pupunheira não se beneficiou dessas condições favoráveis para expandir seu mercado, apesar de ter sido exatamente com essa espécie que o INPA iniciou, em 1975, um grande projeto de pesquisa (Kerr et al., 1997). Trinta anos de pesquisa com a pupunheira não promoveram o uso de seu fruto (Clement et al., 2004). Uma explicação para este fracasso é, sem dúvida, o fato de não haver no mercado variedades da pupunheira com características de fruto bem definidas. Não havendo essas variedades, muitas vezes o consumidor leva para casa frutos que, uma vez cozidos e prontos para o consumo, não o satisfazem. O consumidor manauara tem consciência que tentar encontrar um cacho de pupunha com a qualidade desejada é como fazer uma aposta, pode dar certo como pode não dar certo. Nessas condições, desistir da compra é, muitas vezes, a opção escolhida. Farias Neto (2005) constatou o mesmo problema no mercado de Belém, observando que freqüentemente o consumidor compra frutos de vários cachos para correr menos risco de bter apenas frutos de péssima qualidade.
Como solução, é apresentada uma estratégia de melhoramento genético da pupunha ara obter variedades com características de fruto conforme às preferências do público. Os etalhes se referem à Amazônia brasileira, mais especificamente às regiões que podem ornecer pupunha-fruto para o mercado de Manaus. Parte das considerações pode ter nteresse para outras regiões de produção de pupunha-fruto, especialmente a região de elém, Pará.
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