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A carta que nunca foi entregue
(Adriano Lopes de Lima)

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Caríssima Rosana, após 15 anos escrevo-te, pode parecer estranho, mas realmente o é. Após todos esses anos li suas cartas e relembrei sentimentos tão profundos e felizes que agora me fazem mais sentido. Tantos sentimentos e passaram, tantas águas rolaram, quanta coisa mudou. Mas a maior mudança está em mim.Tornei-me um frustrado, uma pessoa que há muito esqueceu o que é o amor, uma pessoa que desde nosso último encontro 15 anos atrás, tornou-se infeliz, frio, amargo e sem ânimo para nada. Casei-me e não tive filhos. Corri atrás de meus sonhos como um desiludido e como tal permaneço. A vida, sempre bela, perdeu um par de olhos para admirá-la.Sabe, não culpo você, na verdade o culpado é quem acredita nas pessoas, como eu acreditei em você. Antes de conhecer-te, tive outra desilusão, verdade seja dita, a outra foi uma paixão adolescente, sofri o mesmo tanto, mas não tanto como sofri por você. Você foi um amor verdadeiro, embora unilateral, você foi paixão completa, mas a nossa diferença econômica ajudou a nos separar. Não te culpo, já disse, o problema é o que eu sinto e que recentemente percebi o tamanho do meu erro. Percebi o quanto fui tolo entregando-me a você e você dando todas as dicas de que não estava levando a sério, apenas aproveitando o lindo e inusitado momento. Que tolo...Sabe o que eu senti quando li suas cartas? Senti uma raiva tão grande, como se você estivesse tentando ser humana em relação ao meus sentimentos e mais uma vez estava claro em suas palavras que você estava só pensando em si, nos seus medos, preconceitos e etc. A raiva brotou quando relembrei nossos momentos e então hoje pude perceber o quanto você ajudou a destruir minha vida. Nem sempre nossos atos falhos e prejudiciais são intencionais, mas marcam e podem ter boas ou más conseqüências. Más no meu caso.Daquele instante em diante minha vida desmoronou. Eu esperava que você me fortalecesse, que me apoiasse. Eu era como um diamante puro que precisava de uma lapidação carinhosa e precisa para que brilhasse refletindo a luz do sol. Mas não foi assim. Talvez não fosse para ser. Sinto que nosso encontro nesta vida poderia ter sido diferente e belo. Mas não foi, pelo menos para mim.Não sei se está viva, se está bem, realmente não tenho a menor idéia e para falar a verdade isso pouco importa. Este desabafo precisava sair e não sei porque agora, mas sinto que este é o meu momento de devolver a ti, tudo o que você despejou em mim em suas ultimas e covardes cartas. Ainda que você reconheceu a covardia de não poder enfrentar meus olhos e minhas palavras e num grande lance percebeu que poderia perder o controle de sua vida. E eu simples mortal digo a você: Que pena.Sinto ainda, dentro de mim, um vulcão de palavras pra dizer-te, mas creio que seria repetitivo demais e penso que a vida será melhor se eu enterrar suas lembranças de vez, pois até hoje mantenho suas cartas. Eu as queimarei, você finalmente conseguiu o que me pediu. Esquecer-te.Declaro agora que todas as coisas que você representou dentro de mim, de minha vida, são objetos e sentimentos mortos e resolvidos. A partir de hoje, você não receberá mais nenhum tipo de pensamento ou vibração minha em relação a nós. Finalmente estou livre de ti e você de mim. A minha vida começa agora com esta decisão e conversão natural. Agora posso ser feliz, posso ser pleno e livre. Perdoe-me, pois eu te perdôo.Sinceramente e felizmente.$0Renascido.$0



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