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Minsk (conto)
(Graciliano Ramos)

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Texto: Minsk (conto). Autor: Graciliano Ramos Resumido por Lual Minsk, um periquito grande, com manchas amarelas, andava torto, inchado, fazendo: - “Eh! eh!” Presente do tio Severino para sua sobrinha Luciana. Maravilhada, expôs a alguns membros da casa: a cozinheira e Maria Júlia. Ambas não lhe deram a mínima atenção. Luciana desorientou-se e para não estragar o seu contentamento foi batizar o animalzinho. Saiu a passear pela sala acomodando-o no dedo indicador, contemplando-o, ciciando beijos, combinando sílabas, buscando uma palavra sonora. Sentou-se à mesa, abriu um Atlas. O periquito saltou-lhe da mão, caindo na folha de papel, percorreu países, rios e mares, detendo-se numa terra de cinco letras: “Minsk” (principal cidade e capital da Rússia Branca – URSS). Assim, ele próprio sugeriu o seu nome: Minsk. Luciana era espevitada, fugia de casa, desprezava as bonecas da irmã e estimava o carroceiro: Seu Adão. Estava sempre no mundo da Lua, monologando, imaginando coisas... Por isso sua mãe a censurava, dava-lhe cocorotes e puxões de orelhas. Minsk mudara os hábitos da garota. Cessaram as precauções de sua mãe – e as amigas invisíveis de D. Henriqueta da Boa-Vista deixaram de visitá-la. Personalidade que Luciana adotava, erguendo-se nas pontas dos pés, apoiando os calcanhares nos tacões inexistentes, a boca e as unhas pintadas, bancando moça. Esqueceu as fugas e as aventuras na carroça de Seu Adão. Sentia-se quase uma ave, miúda, tagarelando coisas a que ninguém dava importância. Por isso Luciana inventava interlocutores: as árvores e as paredes. As sombras foram substituídas pelo periquito. - Minsk! Arregalando o olho, engrossando o pescoço, crescia para receber a carícia: - “Eh! eh!” Antes de amanhecer, segurava-se numa ponta da coberta da menina, com as unhas e o bico, subia. Os dois cochilavam um doce sonho. Minsk também abria-se às aventuras e à liberdade: batia as asas, alcançando a mangueira, passando horas vadiando pela vizinhança. Luciana, inquieta, sondava os arredores, bradava com desespero, saía estabanada. Voltava triunfante com o vagabundo no ombro, dando-lhe beijos; e ele, metendo a cabeça no seu cabelo revolto, bicando carinhosamente suas orelhas e o couro cabeludo. Tinha o hábito de andar de costas, com os olhos fechados, acidentando-se muitas vezes. Certo dia, pisou num objeto mole, ouviu um grito. Virou-se alarmada. Havia uma desgraça. Ficou perplexa. Não queria entender. - Minsk! (A aflição repercutiu na casa, ofendeu os ouvidos de todos.) - Minsk! (Gritou mais baixo.) Parecia que era ela que estava ali no chão, verde e amarela, tingindo-se de vermelho. - Não morra, Minsk. Como doía! Um bolo na garganta, peso imenso por dentro, qualquer coisa a rasgar-se, a estalar. - Minsk! Seus movimentos eram quase imperceptíveis; as penas amarelas, verdes, vermelhas, esmoreciam por detrás de um nevoeiro branco. - Minsk! Agitava-se de leve, tentava exprimir-se num beijo: - “Eh! eh!” Lual Escreva seu resumo aqui..



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