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Psicop: Clínicas de Hoje/Instituição
(Nayra Cesaro Penha Ganhito)

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"Uma luz de passagem", artigo escrito pela psiquiatra e psicanalista Nayra Cesaro Penha Ganhito, no livro Psicopatologia: Clínicas de Hoje (Via Lettera Editora e Livraria, SP, SP, 2006, 176 p.), expõe um caso clínico tratado em ambiente institucional. Esse tipo de clínica, dentro de instituições, geralmente recebe pessoas sem possibilidades de custear um tratamento regular de escuta terapêutica (psicológica, psicanalítica e outras) em clínica particular. Conforme o relato da autora, percebo que pelo grande número de interessados que foram à instituição em questão, em busca desse tipo de terapia, se evidencia uma demanda expressiva, mas que no Barsil é ignorada pelos serviços de saúde pública. A "luz" do título refere-se ao último sobrenome do paciente, significada pela autora como uma espécie de luz no fim do túnel, que ilumina a passagem de uma condição existencial para outra. Esta passagem também refere a instituição, como ambiente de passagem, já que o número de pessoas que a procura é muito grande.
A assistência psicológica inicial do paciente parece tê-lo levado à percepção do que era de si e do que era de sua mãe. Por meio do contato com as pessoas da instituição, conseguiu iniciar comunicação e relação melhores com o mundo. O que o levara à instituição era a impossibilidade de "ganhar" o mundo, em especial "arranjar" namorada e emprego, desejos sempre frustrados, por impossibilidades mais psíquicas do que físicas.
"Vê-se logo que se equilibra numa beirada estreita: diferente num mundo de iguais, não possui um passaporte afetivo de inclusão", observa a autora, sobre o paciente. Ao longo das entrevistas com o paciente (algumas vezes com sua mãe), descobre-se que o pai, já falecido, o introduzia na vida, incentivando-o, enquanto a mãe parece uma sombra, talvez desencorajando/interditando seus desejos. O outro filho desta mãe não se importa em não se relacionar, não namorar, não trabalhar, e visto por ela como "mais tranqüilo". "Minha mãe diz que sou revoltado, ela não gosta, estou sempre nervoso e não ajudo, é difícil para ela", conta o paciente.
É notado, também, que alguma queixa do paciente pode ser a queixa da mãe. O resgate da posição singular e desejante do paciente, do que é seu e do que é da sua mãe, desmonta a equivalência paranoidizante: desejo – revolta – intranqüilidade – loucura, assinala Nayra Ganhito.
"Eu não sabia se poderíamos dar um lugar de tratamento na instituição. Por outro lado, como não validar sua demanda : amor e trabalho? Historicamente a instituição tem pouca tradição com pacientes mais graves, por outro lado hoje há poucas alternativas para um encaminhamento externo que se possa fazer com convicção", reflete a autora. O paciente sai da instituição, mas retorna um tempo depois, para dar segmento às sessões.



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