OS PROBLEMAS FUNDAMENTAIS QUE SE PÕEM A QUALQUER ECONOMIA - II
(DIANA)
-A procura de determinados bens diminui de forma persistente, daí resultando a contracção da produção dos mesmos e a dispensa de activos. É o desemprego estrutural. -Por falta de mobilidade geográfica e profissional do trabalho e ainda devido à opacidade do respectivo mercado, há trabalhadores que se acham transitoriamente desempregados. A mudança radical do lugar de trabalho tem custos materiais e psíquicos, a adaptação a novas profissões também os tem. Quanto à opacidade do mercado, ela significa o imperfeito conhecimento das oportunidades de emprego e de contracção por parte dos trabalhadores e dos dadores de trabalho. Temos, em todos estes casos, o desemprego tipicamente friccional. Se na economia ocorrer apenas desemprego explicado por estes motivos, diz-se que há pleno emprego. Se for detectado um desemprego superior ao friccional, haverá desemprego generalizado. Deste modo, se em determinada economia for calculada uma taxa de desemprego efectivo (relação percentual entre o desemprego e a população activa) de 10% e se ataca de desemprego friccional for 3,5% diz-se que há desemprego generalizado de 6,5%. Neste caso, se a taxa de desemprego efectivo fosse de 3,5% haveria pleno emprego. Dada a linha-limite da economia, o desemprego generalizado traduz uma situação num ponto aquém da mesma linha, enquanto que a situação sobre a própria linha é perfeitamente compatível com a estrita existência de desemprego friccional. keynes foi quem lançou as bases da moderna Macroeconomia, elaborando uma teoria sobre as determinantes do desemprego generalizado, em que demonstrou que a situação mais frequente na economia de mercado é a de “equilíbrio” com algum desemprego generalizado. Ou seja, que a situação mais frequente é um ponto aquém da linha-limite. Este problema relaciona-se coma Teoria do Rendimento ou Teoria da Determinação do Rendimento, a qual pretende demonstrar como se constituem forças capazes de explicar a impossibilidade das economias de utilizarem plenamente os seus recursos. No fundo, o problema poderia pôr-se assim: podendo uma economia obter um determinado produto potencial (se em pleno emprego) por que razões se mostra ela incapaz de produzir aquele produto potencial, ficando-se por um produto efectivo que lhe é inferior? 5º Realizar-se-á a produção de modo eficiente? A “eficiência económica” comporta três aspectos: 1 – Eficiência na produção Se há eficiência na produção acha-se a economia sobre a linha-limite, o que equivale a reconhecer que não pode obter-se maior quantidade de qualquer bem sem sacrificar algo de outro ou outros bens. A eficiência na produção pressupõe a existência não só de pleno emprego mas também de eficiência tecnológica em todos os processos produtivos. 2 – Eficiência na distribuição Os bens produzidos destinam-se, em última análise, a ser consumidos proporcionando utilidade, satisfações. Ora, qualquer combinação produtiva pode ser distribuída pelos consumidores de inúmeras formas. Partindo do princípio de que uma determinada distribuição proporciona dada satisfação ao conjunto dos consumidores, diz-se que é eficiente a dita distribuição se com essas quantidades não for possível aumentar a satisfação proporcionada. Mas que significa aumentar a satisfação proporcionada ao conjunto de consumidores? Significa aumentar a satisfação de alguém sem diminuir a de outrem mediante a mera redistribuição dos bens pelos consumidores. Se tal for impossível, diz-se haver eficiência na distribuição. 3 – Eficiência na afectação A economia pode produzir eficientemente um vastíssimo conjunto de combinações produtivas. Mas qual dessas combinações traduz a mais eficiente afectação dos recursos da economia? Esta modalidade de eficiência prende-se com a valoração relativa atribuída pela economia aos bens, valoração que depende dos seus preços. A capacidade da economia para produzir bens tem crescido ao longo do tempo? Uma economia acha-se restringida a curto prazo pela sua linha-limite das possibilidades de produção. A prazo mais longo, porém, podem ir-se acumulando condições que viabilizam o deslocamento da linha para a direita e a consequente expansão da área das possibilidades de produção. É essa expansão que reflecte o crescimento económico. Mas a que se deve o crescimento? Basicamente a três ordens de factores: 1 – O progresso tecnológico Como exemplos dum progresso tecnológico temos a criação de novos fertilizantes, a adopção de melhores métodos de correcção dos solos ou o emprego de computadores mais aperfeiçoados. O progresso tecnológico permite normalmente que se obtenham ou maiores taxas de produção com as mesmas quantidades de factores ou as mesmas taxas de produção dispensando menores montantes de factores. Equivale isto a dizer que o resultado é a diminuição dos custos reais unitários da produção dos bens. O progresso tecnológico traduz, na maioria dos casos, um aperfeiçoamento dos métodos utilizados na execução de tarefas tradicionais. 2 – O aumento da quantidade de capital disponível Em cada momento uma economia dispõe de determinado stock de capital em sentido económico. O volume desse stock disponível começa por depender duma opção fundamental: produzir mais capital e menos de outros bens (bens de consumo) ou vice-versa. Aumentar no presente a produção de bens capitais equivale a ampliar as possibilidades futuras de produção, não só de bens de consumo, mas também de mais capital. Gera-se um processo que pode ser cumulativo: mais capital “hoje”, logo, mais bens de consumo e mais capital “amanhã”, e , portanto, ainda mais bens de consumo e mais capital “depois de amanhã”. Digamos que as principais formas que a criação de capital pode revestir são o chamado investimento directamente produtivo (novas máquinas, fábricas, matérias-primas, etc.), os investimentos infraestruturas (estradas, portos, saneamento básico, etc.) e o investimento em “capital humano” (qualificação e valorização, designadamente técnica, do trabalho.
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