IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL ATÉ 2002 - V
(DIANA)
Quem é que beneficia com isso?
1 – A sociedade portuguesa:
Diz-se que as auto-estradas, a Expo e todos esses melhoramentos não teriam sido possíveis sem esses imigrantes. É aqui que esta o problema. A nossa lei laboral é muito rígida.
Queria-se contratar trabalhadores que mais tarde se poderiam despedir. Precisa-se de mão-de-obra descartável, barata, móvel, sem vínculos. Sempre que se precisa de mais braços, telefona-se ao engajador, diz-se quantos pares de braços são precisos e durante quantos dias e lá estão eles. Não existem papeis e como tal não precisam de ser pagos por nenhuma tabela. Não descontam para a segurança social. Tudo se passa à revelia da nossa própria lei laboral e toda a gente fecha os olhos. Eles são explorados de todas as maneiras. Trabalham à revelia das mais elementares regras de segurança. Mas ninguém se interessa.
Se isto começou nos grandes construtores, hoje todos se aproveitam. Não há obra nenhuma que não faça uso de mão de obra neo-escrava.
O que se está a passar na nossa industria da construção é um crime contra a humanidade que ninguém denuncia!
Mas a legalização extraordinária vai realmente resolver alguma coisa? A vantagem competitiva dos imigrantes ilegais é precisamente o facto de serem ilegais e como tal descartáveis, sem direitos e obedientes. Se os legalizarem, eles ficam em igualdade de circunstancias com os trabalhadores portugueses e assim deixa-se de sentir vantagem em preferir os estrangeiros. O que isto vai provocar é um aumento da procura de ilegais. Quem vai perder mais vão ser os imigrantes que se legalizaram pois os ilegais acabados de chegar aceitam trabalhar por qualquer preço numa guerra implacável e sem quartel.
2 – Os países africanos:
Os países de origem desses imigrantes também lucram com isso. Vêem-se livres do seu excesso de mão de obra. Durante algum tempo ainda recebem as remessas desses imigrantes mas isso rapidamente chega ao fim a partir do momento em eles percebem que é preferível investir o dinheiro que ganham numa economia mais segura e previsível.
Há quem diga que no médio e no longo prazo estes países também perdem porque vêm sair uma parte da sua juventude, talvez a mais empreendedora, que vai deixar de contribuir para o desenvolvimento do seu país. No entanto sabemos, porém, que a taxa de natalidade destes países é tão elevada que qualquer perda temporária é rapidamente compensada.
Um programa de repatriamento sensato, que permitisse corrigir esta situação sem deixar ressentimentos iria beneficiar toda a gente. Vejamos:
-os incentivos que os "retornados" iam trazer, junto com as suas economias, seria uma quantidade apreciável de divisas a entrar no seu país. Os recém-chegados teriam de usar uma parte desse dinheiro para construir casas, iniciar pequenos negócios, etc. Isto por sua vez ia criar um mercado para materiais de construção, criar empregos para pedreiros, canalizadores, electricistas, enfim ia dinamizar a economia local.
-adicionalmente os recém-chegados traziam a experiência duma sociedade muito diferente da sua donde poderiam tirar os exemplos que achassem que mereciam ser copiadas. Isso ia torná-los por exemplo mais exigentes com a sua classe política, com os serviços públicos, etc., com todas as vantagens inerentes.
EMPREGO
Sem imigração e se se mantiver a mesma relação população activa/população total, então, por altura do ano 2050, haverá menos 1,4 milhões de pessoas no mercado de trabalho. Tendo em conta a cada vez maior automatização, a inevitável falência de empresas por não conseguir acompanhar a acrescida concorrência provocada pelo euro, etc., talvez seja mesmo assim possível garantir uma situação de pleno emprego.
No entanto, com imigração, não podemos ter ilusões. Mesmo que os actuais postos de trabalho se mantivessem ainda seria preciso criar os empregos necessários para alimentar mais 60 000 pessoas.
Basicamente os descendentes dos RENE vão ser trabalhadores sempre dispostos a tudo, nunca fazem greve nem pedem aumentos, porque sabem que se forem para a rua, existem mais 100 "colegas" seus dispostos a tomar o seu lugar talvez até por metade do salário. O que isto vai fazer é manter uma pressão forte e constante para que os ordenados permaneçam baixos. Se os imigrantes continuarem a entrar então ainda vão piorar mais as coisas. Os trabalhos não qualificados na construção civil, balconistas, etc. vão ser monopolizados por estas pessoas.
Nenhuma sociedade pode oferecer empregos de doutor e administrador para toda a gente. Não é vergonha nenhuma ser balconista ou operário da construção civil. Nas sociedades mais desenvolvidas essas profissões proporcionam uma qualidade de vida perfeitamente aceitável.
A propósito do caso das estufas espanholas, os nossos jornalistas proclamavam que foi o trabalho imigrante que fez aquela indústria crescer 500% naquela região de Espanha, dando a entender que os espanhóis deviam estar muito gratos aos imigrantes! Mas para onde foi toda essa riqueza? Vejamos:
-os trabalhadores imigrantes ao trabalharem por um preço mais baixo dificilmente conseguem comprar casa a preços de mercado. Solução: Ou vivem em barracas ou lá tem o contribuinte espanhol de entrar com impostos para pagar o custo de habitação social.
-os trabalhadores imigrantes, por ganharem pouco e terem muitos filhos, não conseguem garantir nem para si nem para os seus uma alimentação
Resumos Relacionados
- Discriminação Racial E Xenofobia
- Discriminação Racial E Xenofobia
- Punição A Imigrantes Ilegais Pode Prejudicar Idosos
- Diario De Noticias
- Nova Lei De Imigração Na União Europeia
|
|