Mauá empresário do Império
(Jorge Caldeira)
Labor improbus omnia vincit (O trabalho honrado sempre vence). Com essa frase escrita no brasão de armas encomendado por Irineu Evangelista de Souza, quando foi agraciado por Dom Pedro II com o título de Barão de Mauá, ele mostrava sua maneira de ver a vida.
Sua mãe que ao contrário do costume da época, em que os filhos homens eram levados ao campo para aprender a lidar como gado, manteve-o ao seu lado ensinando-o a escrever e fazer contas.
Tendo ido para o Rio de Janeiro aos nove anos, para que sua mãe casasse pela segunda vez já que o novo marido não aceitava em casa as crianças de outro homem, foi levado pelo tio para morar e trabalhar no armazém de João Rodrigues Pereira de Almeida.
Dos nove aos quinze anos trabalhou como caixeiro no armazém de Pereira de Almeida, tendo como último trabalho para Pereira de Almeida a liquidação de seus negócios, pondo-se ele próprio, Irineu Evangelista de Souza, como parte dos ativos entregues como pagamento ao credor, Richard Carruthers.
Junto ao novo patrão, um escoces que era dono de uma das empresas da praça, Irineu Evangelista primeiro tornou-se contador, depois chegou a gerente e finalmente a sócio de Carruthers.
Ao longo da vida destacou-se por ser um empreendedor que acreditava na força do trabalho como alavanca do progresso. Isso dentro de uma sociedade escravocrata em que o trabalho era visto com vergonha, pos contra ele muitos politicos e apaniguados que não queriam mudanças na ordem vigente.
Em 1879, escreveu um texto, na verdade sua autobiografia, que virou um livro de 180 páginas ao qual deu o nome de "Exposição do Visconde de Mauá aos credores de Mauá & Cia. e ao público", no qual explica a falência, contando sua vida desde a infância, tentando evitar que seu nome fosse desonrado. Disse então ser aquele não um desabafo, mas um gemido.
Finalmente em 1884 no dia 30 de janeiro, recebeu em uma das salas do Tribunal de Comércio a carta de reabilitação do comerciante Visconde de Mauá, este titulo de Visconde ele possuia desde 26 de junho de 1879, novamente tinha um nome honrado. Sem poder segurar a emoção o Visconde de Mauá chorou.
Mauá morreu em 1889. Fim de uma vida de trabalho, responsabilidade e patriotismo.
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