Resumo de A CLIMATOLOGIA, O CLIMA E O ESTADO DE TEMPO - I

a climatologia no âmbito da geografia. definições e enquadramento.

As definições clássicas de Geografia referem-se a esta como uma disciplina que trata a Terra como local de morada da Humanidade, do meio-físico e das interacções entre este e a sociedade, da organização espacial que tudo isto comporta. Abarca o âmbito natural e o âmbito social. Sendo a superfície da Terra, foco do estudo geográfico, composta por manifestações naturais e culturais, torna-se natural que a Geografia não possa ser exclusivamente Ciência Natural ou Ciência Social, tendo que pertencer a ambas (RNCH e TREWARTHE - 1949). No entanto estes autores afirmam a possibilidade de estudo individualizado de cada um dos campos, defendendo que a Geografia Física tem uma perspectiva humana dado que estuda as várias temáticas como recursos.

Perspectivas:

DAVIS (1898) - o estudo de Geografia, considerada como o estudo da Terra em relação ao Homem, deve fundamentar-se na Geografia Física.

BRYAN (1935) - defende que a Geografia Física tem um carácter unitário quando é vista pela perspectiva da Geografia Humana, mas em mudança, sendo composta por um grupo de ciências com os seus próprios objectivos.

HUGUET DEL VILLAR (1921) - também considera que a Geografia deve fundamentar-se na Geografia Física, e esta nas ciências Físico-Naturais dada a importância que o meio tem para a vida humana. Defende mesmo a criação de uma nova ciência que estudaria a actividade das sociedades em relação à utilização dos seus recursos baseada nas condições físicas do território como no nível cultura! e tecnológico, num quadro neo-positivista.

DE MARTONNE (1925-1927) - a Geografia Física é constituída por três grandes elementos (Atmosfera, Hidrosfera e Litosfera) sendo função do Geógrafo estudar as relações que ocorrem entre estes meios e a superfície da Terra. Por outro lado os organismos vivos são também elementos intervenientes na alteração do mundo físico e por isso os animais e as plantas são também objecto de estudo da Geografia Física. A complexidade deste meios e a tentativa de os compreender obriga a uma simplificação das questões e a estudar os fenómenos separadamente (Atmosfera, Hidrosfera, Relevo, Vegetação, etc. ). Esta metodologia analítica tem o inconveniente de simplificar a realidade e retirar à Geografia o domínio das relações complexas que são o objecto próprio da Geografia, embora permitindo entender o funcionamento dos mecanismos que lhe estão subjacentes. Verifica-se a necessidade do contributo de outras ciências para a manutenção do carácter cientifico da Geografia.

BIROT (1959) - para este autor o objecto da Geografia Física define-se como o estudo da epiderme de um ser único, a Terra, constituída por paisagens naturais como seriam sem a intervenção do Homem. Apesar da diversidade das escalas de análise a sua explicação exige o conhecimento das leis físico-químicas elementares. Considerando s imutabilidade destas leis, uma análise dedutiva da realidade a um plano histórico e a uma escala cronológica completamente dissociada da da vida humana justifica as combinações complexas que constituem as paisagens, sendo estas resultantes de uma sucessão de cicios fechados que podem durar desde a algumas centenas como a dezenas de milhões de anos, interessando ao Geógrafo aqueles que são úteis para a explicação da situação actual em que vive o Homem.

STRAHLER (1951) - a Geografia Física è o estudo descritivo de uma selecção de princípios básicos das Ciência da Terra que nos dão uma visão da natureza do Meio-Ambiente em que se move o Homem e de quais as suas variações espaciais.

AHNERT (1962) - para este autor a Geografia Física enquadra-se na Geografia Humana quando estuda as causas das diferenças entre diversos espaços mas tem um objecto próprio quando

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