Resumo de Rámon Tamames - Rámon Tamames

2 – Condições prévias para o arranque – esta segunda etapa abarca as sociedades que se encontram no processo de transição, isto é, o período em que se desenvolvem as condições prévias para o impulso inicial. No princípio, as condições prévias para o impulso inicial desenvolvem-se, claramente, na Europa ocidental desde o fins do séc. XVII e princípios do séc. XVIII. De todos os países que compõem a Europa Ocidental, a Inglaterra, favorecida pela geografia, os recursos naturais, as possibilidades comerciais e a estrutura política e social, foi a primeira a desenvolver plenamente essas condições prévias para o impulso inicial.
Em muitos casos actuais, por exemplo, persiste a sociedade tradicional ao lado das actividades económicas modernas, guiada com fins económicos por uma potência colonial ou semicolonial.
A construção de um Estado nacional centralizado e efectivo é condição necessária para o impulso inicial.

3 – Arranque (take-off) ou fase inicial – esta fase é o intervalo em que, por fim, se superam todos os velhos obstáculos e resistências contrárias a um crescimento permanente. Na Grã-Bretanha, e aquelas partes do mundo que foram povoadas, principalmente, pela Inglaterra, o estímulo imediato da fase inicial foi essencialmente de índole tecnológica.
Durante o impulso inicial/arranque novas indústrias expandiram-se com rapidez produzindo utilidades, das quais uma grande proporção reinverte em novas indústrias.

4 – Caminho para a maturidade – nesta fase a economia do país encontra o seu lugar dentro da economia internacional: bens que até então se importavam, agora produzem-se no país; criam-se novas necessidades de importação, fabricam-se novas mercadorias para exportação.
No seu aspecto formal, podemos definir a maturidade como a etapa na qual a economia demonstra a sua capacidade para despertar as primeiras indústrias que proporcioram o seu impulso inicial, e absorver e aplicar, efectivamente, sobre um amplo conjunto dos seus recursos os frutos mais adiantados da tecnologia considerada como moderna.

5 – Era do consumo de massas – chegamos agora à era do consumo de massa na qual, no seu devido tempo, os principais sectores se movem até aos bens e serviços duradouros de consumo. Nesta etapa, por exemplo, as sociedades ocidentais, através do processo político, optaram por assegurar grandes recursos para o bem-estar e a segurança sociais.
Teoricamente, cada país, num dado momento, encontra-se numa destas etapas e todos os países que aspiram a crescer têm de passar mais ou menos nitidamente por cada uma delas.
Para além desta tese ignorar a limitação, o certo é que os próprios países que se encontram no último estádio do esquema se debatem, mesmo assim, com alguns problemas.
Paralelamente ao aparecimento da sociedade de consumo de massa, alguns países sentem, mais claramente do que nunca, as dificuldades para o desenvolvimento. Poder-se-ia então pensar, que o homem desenvolvido talvez pudesse decidir-se a ajudar de forma decisiva quem necessita. Esta sociedade humanista a nível mundial seria talvez a última e desejável etapa do crescimento económico, não prevista no esquema de Rostow.
É preciso observar que na estrutura económica internacional do nosso tempo, a crise energética e de matérias-primas iniciada em 1973 gerou novas situações de transferência de recursos financeiros dos países desenvolvidos para os subdesenvolvidos, por valores inimagináveis poucos anos antes.
Daí que os desenvolvidos, que durante muito tempo se negaram a prestar ajuda aos subdesenvolvidos, se vejam agora obrigados a “concedê-la” sob a forma de pagamento de altos preços pelas matérias-primas e recursos energéticos.
Bettelheim e Sweezy
A argumentação crítica em relação ao consumismo e à publicidade é bastante frequente h

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