Continuacao - DIÁRIO DE UMA EMERGENTE ENDINHEIRADA
(José Paulo de Andrade Filho)
Como eu sei que tudo nesta vida depende sempre do quanto a gente carrega em notas, sejam verdinhas, rosinhas ou essas coisinhas que a gente chama de "real" aqui no Brasil... (são tão reais que a gente nunca tem na mão, e, quando tem, alguém quer lavar de outra cor pra carregar na cueca), ai meu Pai. É claro que eu tinha um monte daquelas deles com a cara enrrugada da rainha, o pior é que ainda tem escrito: "God save the Queen". Será que a velha tá doente desde que deram o trono pra ela? Hum, eu acho que deve ser o peso da coroa - coroa numa coroa só pode dar peso e sofrimento... tadinha. Enfim! Tirei um monte daquelas notas, todas de alto valor, e mostrei pra ela. Como todo mundo, ela deu uma olhada pro dinheiro, mais duas para um lado e para o outro... só senti um puxão. Gente, a mulher tava que nem doida contando o dinheiro atrás do balcão e o anel já tava embrulhado pra presente e tudo. Fiquei perplexa! Mas, saltitante, o anel era meu! "Ser rica é como sonhar acordada, o que a gente não consegue criar, a gente compra" - queria lembrar quem foi que disse isso. Ah! Fui eu mesma, às vezes tenho uns ar-roubos de sabedoria. Ai! Desfilei tanto por aquela ruas e lojas antigas com o meu anel no dedo. E o mais gostoso é que ninguém me assustava querendo me roubar. Aqui!? Eu só uso quando vou sair com meus seguranças para algum evento, ou então meu "biluzinho" fica guardado no.... ah... deixa pra lá, pra quê contar essas coisas, né? Sim, agora estava pronta. Meus seguranças me esperavam lá fora com meu carro, um Honda CR-V, ele é maravilhoso - pra uma mulher multi funcional e versátil como eu, nada como andar na cidade e em qualquer outro lugar com o mesmo conforto. É claro que eu fui dirigindo, gosto de sentir os homens me olhando deslumbrante - os meus seguranças então..! Hufa! Tem horas que até perco o rebolado, mas logo me recupero, é só uma questão de quadril no lugar e espinha reta. Ai meu Deus, o que é que eu tô falando?! Acho que eu preciso parar um pouco. Tá me dando uma sede. Depois eu continuo... Beijos.
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