Resumo de MAGIA - José Paulo de Andrade Filho

Nas insondáveis contagens das eras, a magia sempre foi o reduto onde os sábios escondiam seus conhecimentos mais profundos sobre a vida e o cosmos. Nela, os meandros inquestionáveis da existência se encontravam no usufruto de suas atribuições mais sublimes, formando um círculo absoluto que tinha sua origem na própria divindade. A magia é como o sonho, pode ser alcançada através do pensamento. É com ele que todas as formas ganham a aparência que possuem, é com ele que todos os laços formam os nós e os contornos das coisas e dos seres. É através da magia do pensamento que o sonho se produz e se realiza nos mundos real e espiritual. A magia não possui apetrechos sobrenaturais, provocados por artimanhas desiguais ou arbitrárias. Ela conduz a força das próprias leis na produção de resultados profícuos, ou outros que, mal conduzidos, desembocam no lodo da profanação e do desrespeito ao equilíbrio universal. Imagina-se a magia como uma força cambial, capaz de transformar um algo em outro a partir de um nada que não existe. A magia é o conhecimento das leis que regem os universos físico e espiritual e o correto manuseio destas em detrimento de resultados progressivos e, tantas vezes, um pouco mais acelerados. Para aquele que conhece os processos da magia produtiva, amealhar resultados é construir uma teia interminável de confabulações mentais, conjurações e práticas físicas e espirituais que resultarão no objetivo alcançado. Quando nos dispomos ao conhecimento espiritual, através de práticas empíricas, devemos ter em mente que, antes de mais nada, é preciso conhecer a si mesmo, sua própria força, seus dons e capacidades meritórias para o desempenho do poder divino que possui. O estudo da personalidade humana, de seus devaneios, tendências e inclinações, promove, a priori, um reconhecimento de campo onde o estudante da magia desenvolverá seus atributos. Para colher os frutos da plantação é preciso, antes, trabalhar a terra que receberá as sementes e que as fará germinar através da força vital que carrega consigo. Assim sendo, o estudante de magia deve buscar em si mesmo o reconhecimento de seu próprio terreno, deve arar a terra de seu coração, remover as pedras do caminho, adubá-la com um maior teor de sentimentos nobres e abdicar de suas propensões menos lisonjeiras. A magia carrega consigo o peso da responsabilidade divina, aquela que promove o equilíbrio das coisas dentro e fora de nós. Ela fará desabrochar a visão interna e externa da vida, onde as qualidades - bondade, respeito e disciplina - regurgitarão em outras tantas que aumentarão o alcance do poder íntimo. O trabalho com a própria personalidade ensinará o estudante de magia o caminho do autoaperfeiçoamento. Mostrará a ele/ela que não é preciso ser suntuosamente grande para se conquistar grandes poderes, mas é sendo humildemente puro que se chegará a patamares mais iluminados. Acender a chama da magia no coração representa a descoberta daquele eu divino consciente, somente ouvido nos momentos mais intuitivos, quando na rotina do dia-a-dia. Esse nosso eu divino, conectado que é diretamente a força criadora do universo, é conhecedor das leis de equilíbrio e manutenção de todo o cosmos, desde o mais íntimo ao mais absoluto. Ou seja, voltar-se ao estudo da magia pura é realiar-se consigo mesmo, conhecer a si mesmo e mergulhar no mais profundo da divindade, tendo a certeza de que, cada um de nós, é um co-criador, responsável direto pelos resultados que provoca.
...

Resumos Relacionados