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A obra de arte
(Mica 68)

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A arte, a obra de arte, surge como algo ininteligível para muitos indivíduos que a vêm como passatempo de alguns. A arte recebe, então, o estatuto de «mito»: qualquer coisa feita por alguns para satisfação e compreensão de poucos, cuja utilidade é, não raras vezes, questionada. Todavia, não residirá o valor da obra de arte na sua ininteligibilidade? Poderá a obra de arte comunicar-nos algo?
Muitos se têm questionado se a arte é possuidora de uma linguagem. No entender de alguns, sim; no entender de outros, não, pois não há articulação como na linguagem detentora de uma língua que dispõe de sintaxe e de semântica. A arte parece surgir-nos assim, como um processo de expressão, como uma proposta de comunicação, ou, se preferirmos, como uma arquivação de processos do pensamento.
Habitualmente considera-se que a obra de arte se deve pautar por critérios onde se incluem a transfiguração, a expressão da ideia de um sentimento, a comunicação e a originalidade através da criatividade do criador. O conceito de criatividade deve entender-se como remetendo para o processo de produção de qualquer coisa, para algo novo, ainda que podendo, eventualmente, sê-lo a partir de elementos pré-existentes. A criatividade implica, por um lado, o processo no qual deve haver qualquer coisa de observável, qualquer coisa produzida pela criação. E isto significa que as nossas fantasias, por mais originais que sejam, não se podem definir como criadoras, pois não têm nada de observável. Por outro lado, a criatividade não está restringida a qualquer conteúdo determinado: não há qualquer diferença no processo criador de uma composição de uma obra musical, na criação de um conceito ou de uma pintura num quadro.
Carl Rogers define o processo criador como sendo «uma emergência na acção de um novo produto relacional que provém da natureza única do indivíduo, por um lado, e dos materiais, acontecimentos, pessoas e circunstâncias da sua vida, por outro». Assim, as cores, as tintas, os materiais e as técnicas que o escultor e pintor utilizam, não são novos, eles já existem podendo ter sido usados por outras pessoas. Funcionam como suporte «material» sem o qual os espíritos criativos nada podem produzir. A criatividade, qualquer que seja o domínio em que se possa manifestar, não surge do vazio. A pessoa criativa tem de possuir um suporte estável de informações anteriores no qual o seu pensamento possa encontrar apoio firme. Será a selecção, a combinação e proliferação da multiplicidade de cores, de tintas, de materiais e de técnicas que permitem a produção de obras de arte inovadoras e originais.
Nas pessoas criativas assiste-se a uma fluência de ideias imaginativas, a uma flexibilidade e a uma sensibilidade que as torna capazes de apreender relações, aparentemente, não visíveis, mas, todavia, existentes na realidade. Então, para fruir a obra de arte implica que sejamos capazes de a vivenciar como um fenómeno sobrerreal, em torno do qual nos deixamos levar em mágicos torpores, ao permitir que os nossos sentidos se percam na escuridão das cores e na pluralidade das formas, se encontrem e deleitem com a luminosidade imprimida pela criatividade do artista e percorram, lentamente, a breve distância que os separa do labirinto que, paradoxalmente, os salva e resgata para recônditos lugares raiados de simbologia e de sentido plasmados na obra de arte.
A arte dá forma, dá ordem ao caos, ela conserva e é a única coisa do mundo que se conserva. Ela conserva e conserva-se em si, por isso ela surge como imprescindível ao ser humano. A arte é uma experiência de vida que partilhamos com o artista pois ele cria a obra, mas deixa-a suficientemente aberta para que possamos recriá-



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