CARTÕES CORPORATIVOS DO GOVERNO
(Louis Thomas)
CARTÕES CORPORATIVOS DO GOVERNO
Louis Thomas
Um instrumento criado para agilizar certos procedimentos do Poder Público e revelar maior transparência em seus gastos acaba, por uso indevido, se convertendo em uma “Casa da Mãe Joana” com o dinheiro do contribuinte. Anteriormente, as pequenas despesas eram pagas com adiantamento de numerário em conta corrente de certos funcionários, os quais emitiam cheques do próprio punho e posteriormente faziam prestação de contas dos valores recebidos. Certamente, não era o melhor sistema, porque sempre havia e haverá os que calçam certas despesas com notas “frias” e outros procedimentos criminosos, mas que funcionava a contento, dentro das limitações da época.
Em uma era de globalização e disseminação da informática a níveis incomparáveis, o “dinheiro de plástico” acabou se tornando uma necessidade do dia-a-dia de todos nós, e os servidores públicos não se constituem em exceção à regra. Contudo, o uso que acabaram fazendo deste moderno instrumento da administração público é que veio a gerar toda essa celeuma, que está longe de terminar, face ao montante de quase 70% de saques em dinheiro, o que significa milhões de reais.
Aí vem a questão da transparência no uso do dinheiro público. São valores altíssimos, que não podiam passar despercebidos, com uma imprensa vigilante como a nossa se tornou nos últimos anos. Providências são anunciadas para se conter eventuais abusos, mas somente depois que as notícias ganharam as páginas dos jornais e os noticiários das redes de televisão.
A verdade é que os sistemas de controle interno falharam e com as facilidades que os usuários perceberam no uso do instrumento, sem qualquer cobrança, a porteira foi arrombada. Agora falam que a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas estão analisando e acompanhando todas as despesas efetuadas, mas pedidos de informações anteriores, encaminhados pelo Poder Legislativo, não foram sequer respondidos.
O Ministério Público Federal já entrou com o instrumento processual devido, também pedindo informações e esclarecimentos. A oposição já se movimenta para a criação de uma CPI, e em todos os regimes democráticos as oposições vivem de criar dificuldades para os governantes de plantão. O próprio PT foi pródigo em criar situações semelhantes no passado recente, quando estava alijado de alguns governos estaduais e do federal.
Tudo isso vem tumultuar a agenda legislativa para o corrente ano, com o Congresso Nacional destinado a examinar as sempre postergadas reformas tributárias, previdenciária, trabalhista e outras tais, que podem fazer o País caminhar mais rapidamente, para se tornar mais ágil e melhor de se viver. Infelizmente, os desmandos de alguns ainda vão causar muito prejuízo para muitos milhões de brasileiros.
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