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A concepção nietzscheana de tempo
(mica 68)

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A concepção de tempo sofreu, ao longo dos séculos, várias modificações. Podemos entender o tempo como o período que vai de um acontecimento anterior a um acontecimento posterior. Tal implica uma certa sucessão, uma continuidade entre acontecimentos e, por isso, se fala em época do ano ou época histórica. Esta é, a concepção mais difundida, proliferando em domínios que vão desde a gramática à música. Este pode ser o sentido etimológico de tempus que tem a raiz em tem, que significa, precisamente, divisão, secção. É por isso que fazemos a divisão do tempo em épocas ou momentos do dia. Podemos, ainda, entender o tempo como significando mudança contínua que permite ao presente tornar-se passado. Desta forma, supõe-se uma sucessão de acontecimentos que passam perante um observador que se coloca no presente. Mas podemos ainda considerar o tempo como meio indefinido, análogo ao espaço, em que se desenvolvem acontecimentos que marcam uma data, mas que, nele mesmo, é dado todo inteiro e de modo indiviso ao pensamento, quer exista em si mesmo, como pretendeu Newton, quer exista apenas no pensamento, como afirmou Kant. A concepção nietzscheana de tempo pressupõe a superação da redução do tempo ao tempo físico e mensurável, ao movimento perpétuo e sem qualidade do kronos, da cronologia, em que todos os momentos são iguais a todos, sem qualquer significado próprio. A superação do tempo como mera medida, leva-o a falar do tempo certo que é o tempo da história, da arte e da acção. O tempo da história mede-se pelo significado dos acontecimentos que, por serem particulares e únicos, conferem à globalidade da história significado, sendo que o tempo da história é o tempo qualificado pelo significado de cada um dos seus momentos. O mundo, enquanto história, adquire significado porque está qualificado pelo tempo certo de cada um dos acontecimentos únicos.
Pode considerar-se o tempo da arte porque cada obra de arte possui o seu tempo próprio; cada elemento ou momento da obra constitui-se simultaneamente em relação ao tempo da obra. Isto pode observar-se na obra musical em que o ritmo se manifesta como organização significativa do tempo. Na acção, o tempo certo significa que, num momento do agir, a conjugação da acção com as suas próprias condições de possibilidade é, de tal modo, que essas condições se tornam presentes na acção. Desta forma, tornam-se manifestação da plenitude do ser num momento da cronologia, para além da cronologia. A cronologia, enquanto tempo do viver habitual, que é um tempo medido, não possui tempo que possa acolher em si a plenitude do ser porque apenas o pode observar em oposição ao devir. A acção assume, assim, o carácter de interrupção da cronologia como salto qualitativo para outra dimensão do tempo – a eternidade – vivida no instante do tempo certo. Este instante é sempre diferente e regressa eternamente. O regresso eterno deste instante constitui o cerne da doutrina do eterno retorno do mesmo e que é sempre uma repetição da diferença - a eternidade é sempre eterna, mas a sua repetição no instante é sempre outra. A metáfora do meio-dia é tida como representando a plenitude do tempo para além do tempo, que será a plenitude da realidade. &nbs



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