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A cultura moderna
(mica 68)

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Na segunda das Considerações Inactuais, Nietzsche mostra-se inactual, intempestivo, na medida em que se posiciona como um discípulo da antiguidade grega, não para, sem mais, admirar os clássicos, mas para criticar o tempo presente e avaliar as possibilidades de um futuro melhor. Nietzsche analisa a inconsequência de uma tradição cultural que se afasta do agir e se refugia na esfera da interioridade: é que o saber tomado em excesso, sem fome, mesmo contra a necessidade, deixa agora de operar como motivo transformador que impele para o exterior, mantendo-se oculto num certo mundo interior caótico – “daí que toda a formação cultural moderna seja essencialmente interior”.
Sobrecarregada com o saber histórico, a consciência moderna perdeu a «força plástica da vida», o que permitia ao homem, com os olhos postos no futuro, interpretar o passado a partir da força suprema do presente.
Nietzsche considera a consciência moderna historicista, deformada, procedendo a uma inundação de conteúdos de toda a espécie que apenas contribuem para um esvaziamento do essencial. Para este filósofo, a modernidade não tem capacidade para criar modelos a partir de si própria.
Aos jovens faculta-se uma educação “completa” que visa apenas a sua rápida inserção na vida activa. Assiste-se à tendência para formar indivíduos conformistas e estereotipados que denotam uma profunda ausência de capacidades criadoras.
Nas Considerações Inactuais, Nietzsche define cultura como “uma unidade de estilo que se manifesta em todas as actividades da vida de um povo”; o seu contrário, a barbárie, é a “ausência de estilo ou a mistura caótica de todos os estilos”.
Podemos, então, considerar a existência de dois tipos de cultura: uma superior, ligada à formação e à educação e outra inferior, plebeia, em que se assiste à decadência da mesma.
N’A Genealogia da Moral, no âmbito da crítica do cristianismo como «espírito do ressentimento», afirma que o sentido de toda a cultura é precisamente fazer da fera – o homem – um animal manso e civilizado. A história da civilização ocidental é uma história de domesticação que mostra a vitória dos escravos sobre os mais fortes, através da criação e invenção de razões, justificações e convicções – «instrumentos da cultura».
A cultura moderna está doente, é uma cultura degenerescente, decadente e niilista. Naquela obra, Nietzsche explica o processo evolutivo pelo qual o animal humano se torna intruído e disciplinado, como animal social, como «animal de rebanho», que faz promessas e pode ser considerado responsável pelas suas acções. As crenças, que são incutidas e incorporadas pelo homem, destróem, pervertem a sua vontade (criadora) de poder, que é a própria essência da vida.
Perguntamo-nos: estará a cultura contemporânea diferente da moderna, tão criticada por Niezsche?



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