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A influência dos mass-media e o novo Homem
(mica 68)

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Para Gianni Vattimo, ( in Sociedade Transparente ) a modernidade termina quando, por múltiplas razões, já não é possível ver a história como um processo unitário, como acontecia com a concepção hegeliana, ainda que a crítica à história, enquanto processo unitário, se tenha iniciado com Nietzsche.
Com o advento desta nova época, assiste-se à dissolução da ideia de história única, como processo que se desenvolve linearmente tendendo à unidade. A construção histórica passa a ser vista como resultando de uma selecção de imagens do passado, que são fruto de propostas de pontos de vista diferentes. É ilusório pensarmos que existe um ponto de vista global que seja capaz de unificar todos os outros. Na verdade, se nos perguntarmos pelo que nos foi transmitido do passado, verificamos que geralmente fica apenas o que parece digno de relevo, não tudo o que aconteceu.
Esta nova visão da história, ou seja, o considerar que não há um curso unitário de acontecimentos humanos, implica que não se possa sustentar, igualmente, que eles avancem para um fim ou que se realizem num plano racional com vista à própria realização da civilização e do progresso. Esta noção de progresso foi durante algum tempo o critério que tinha por base um ideal de homem que, na modernidade, sempre foi o homem europeu. Com o fim do colonialismo e do imperialismo, reconhece-se aos povos anteriormente considerados atrasados e primitivos, o direito a desenvolverem a sua sociedade e a sua cultura, o que torna problemático uma história centralizada no continente europeu. A comunicação expande-se drasticamente e o ideal de humanidade torna-se apenas mais um entre outros possíveis.
O desenvolvimento da comunicação e dos mass-media é determinante no nascimento da sociedade pós-moderna. Com a proliferação das estações de rádio e de televisão, dos jornais e revistas, surge a ideia de que a informação em “tempo real” sobre tudo o que acontece no mundo, poderia trazer ao Homem uma mais perfeita autoconsciência de si e de toda a humanidade. Consequentemente, haveria uma maior transparência e uma maior aproximação entre as culturas dos diferentes povos. Mas o desenvolvimento dos mass-media permitiram a libertação de muitas culturas e visões do mundo.
Assim, ao contrário do que inicialmente se poderia pensar, a sociedade dos media, em vez de um ideal de emancipação, modelado pela autoconsciência completa e perfeitamente definida conforme o perfeito conhecimento de quem sabe como estão as coisas, “abre caminho a um ideal de emancipação que tem antes na sua base a oscilação, a pluralidade, e por fim o desgaste do próprio «princípio de realidade»”.

Assistimos à proliferação e intensificação da troca de informações e, com a multiplicidade de imagens, a perda do «sentido da realidade» parece inevitável. O que fazer com e neste nosso mundo de objectos medidos e manipulados pela ciência e pela técnica, que são transformados em mercadorias, em imagens pelos media? Devemos fechar os olhos e desenvolver uma nostalgia por uma realidade unitária e estável e, por isso mesmo, tranquilizadora? Não será isso um regresso ou, se quisermos, um permanecer obstinadamente no passado?

Os media são uma forma de libertação, de emancipação. É com os mass-media que se assiste à libertação das diferenças, das minorias étnicas, sexuais, religiosas, culturais e estéticas, que nos obrigam a tomar consciência da historicidade, contingência e limitação dos sistemas de valores e culturas, a começar pelos nossos, que são apenas mais uns, num mundo de culturas plurais. Afinal, vivemos num mundo múltiplo, experienciando a nossa liberdade, como permanente oscilação entre pertença e desenraizamento.
No entanto, os meios de comunicação também podem ser o veículo de uma subtil “lavagem cerebral” que vai sendo progressivamente incorporada e se traduz numa determinada visão do mundo em que tudo o que existe, existe por si ese



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