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Diferença e Repetição
(Deleuze; Gilles)

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Existirá um método para aprender a aprender?

Em Diferença e Repetição, Gilles Deleuze diz: para «aprender a nadar» temos que “conjugar pontos notáveis do nosso corpo com os pontos singulares da Ideia objectiva para formar um campo problemático. Esta conjugação determina para nós um limiar de consciência ao nível do qual os nossos actos reais se ajustam às nossas percepções das correlações reais do objecto, fornecendo, então, uma solução do problema”. «Aprender a nadar» não implica a assimilação de um saber. Este designa a generalidade do conceito, a posse de uma regra de soluções ou a utilização de um qualquer método. Aprender é o nome que convém aos actos subjectivos que se operam em face da objectividade do problema, da Ideia. As Ideias são entendidas como objectividades feitas de elementos diferenciais, providas de um modo específico, que Deleuze designa como «problemático». O problema assim definido não designa qualquer ignorância no sujeito pensante, nem exprime qualquer conflito, mas caracteriza a natureza ideal enquanto tal. As Ideias problema são multiplicidades positivas, positividades plenas e diferenciadas que são descritas pelo processo de determinação recíproca e completa que refere o problema às suas condições. O problema engendra respostas, tentativas de solução e estas representam afirmações, que têm como objectos as diferenças, que correspondem às relações de singularidades do campo diferencial. Neste sentido, considera que se pode estabelecer a distinção entre o positivo e o negativo, que são a possibilidade da Ideia como posição diferencial e as afirmações que ela engendra, que a encarnam e resolvem.
Deste modo, aprender é sempre penetrar no universal das relações que constituem a Ideia e nas singularidades que lhe correspondem, passando pelo e no inconsciente. É a aprendizagem que permite elevar cada faculdade ao seu uso transcendente. Mas, como nunca se sabe como alguém vai aprender, não há qualquer método e este é sempre uma manifestação do senso comum que pressupõe a existência de uma boa vontade do pensador. Apenas se verifica que a cultura é o movimento do aprender. E aquela percorre o indivíduo, sendo uma aventura do involuntário em que se verifica o encadeamento de uma sensibilidade, de uma memória e de um pensamento.
Aprender surge, assim, como uma tarefa infinita que se situa sempre entre um não-saber e um saber.
Contudo, é comum considerar que as noções fundamentais que nos auxiliam ao longo da vida nos chegam através da educação. Com efeito, o processo de ensino-aprendizagem e a escola, parecem surgir como o campo privilegiado para ensinar e para aprender. No entanto, Carl Rogers, ao desenvolver o conceito de pedagogia não-directiva, afirma que os conhecimentos são incomunicáveis. O professor não dá nada ao aluno, é o aluno que tem de descobrir, por si mesmo, aquilo de que necessita.
Perante tais afirmações, tendemos a concordar com Deleuze: aprender é, de facto, uma tarefa infinita que não conseguimos realmente descrever, dependendo o seu método da boa vontade do pensador. Todavia, acreditamos que a educação deve ter objectivos, que nos parece não se distanciarem muito dos já enunciados por Nietzsche: a educação deve ter como preocupação a formação de «pensadores livremente criadores e originais» capazes de inventar novos modos de existência.



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