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O tempo estratigráfico da Filosofia
(Mica 68)

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Em O que é a Filosofia?, Deleuze, referindo-se à filosofia de Péguy, quando este explica que há duas maneiras de considerar o acontecimento: uma, passar ao seu lado, recolher a sua efectuação, acondicionamento e apodrecimento no mundo; outro, em recuar no acontecimento, instalar-se nele, como num devir, passar por todas as suas componentes ou singularidades. Neste caso, não falamos da história nem da eternidade, mas de Internidade, conceito semelhante ao Intempestivo ou Inactual: “a nuvem não-histórica que nada tem a ver com o eterno, o devir sem o qual nada se faria na história, mas que não se confunde com ela”( in O que é a Filosofia).
É “«agir contra o tempo, e agir sobre o tempo, a favor (espero) de um tempo futuro»”; é um novo mundo, um novo povo e uma nova terra que se constrói, agindo contra o passado, sobre o presente a favor de um porvir, que é o infinito Agora, o Intensivo ou Intempestivo, não um instante, mas o devir.
O que Foucault chamava Actual, que não é o que nós somos, mas aquilo em que nos estamos a tornar, o nosso «devir-outro», o agora do nosso devir. O que conta, em Foucault, é a diferença entre o presente e o actual; o novo, o interessante, é o actual. O presente, pelo contrário, é o que nós somos e por isso, deixamos logo de ser; qual a primeira repetição, que logo se desfaz.
Deleuze deixa claro no Bergson, que se entendermos bem a emanação do Ser em Bergson, não a devemos conceber como uma diferenciação no espaço mas como uma «actualização» no tempo. A diferenciação deve ser assim entendida como uma relação entre o virtual e o actual e não entre o possível e o real. Assim, as virtualidades são sempre reais (no passado, na memória) e podem actualizar-se no presente. O processo de actualização é guiado pela diferença e pela criação; para o virtual se tornar actual, necessita de criar os seus termos de actualização; há sempre uma produção original da multiplicidade do ser actual pela diferenciação.
Deste modo, a actualização do virtual apresenta por um lado uma multiplicidade
dinâmica na multiplicidade da organização, que é «indeterminada» na medida em que é criativa e original, sendo sempre imprevisível; por outro lado, a multiplicidade da ordem é «determinada» na medida em que é pré-formada e estática.
Em Nietzsche, competia ao filósofo «médico da civilização», ou inventor de novos modos de existência imanentes, diagnosticar os devires em cada presente que passa.
Assim se compreende o tempo filosófico como tempo estratigráfico, em que o antes e o depois já só indicam uma ordem de sobreposições em que “uma camada ou uma folha do plano de imanência estará necessariamente por cima ou por baixo em relação a outro e as imagens do pensamento não podem surgir em qualquer ordem, visto que implicam mudanças de orientação que só podem ser directamente assinaladas na imagem anterior”(in O que é a Filosofia?), embora camadas mais antigas possam voltar à superfície.
O tempo estratigráfico é um tempo de coexistência, que manifesta “um infinito devir da filosofia”, já que esta não é histórica, dado que não se observa uma sucessão de sistemas, mas a coexistência entre planos.


A filosofia da repetição passa por todos os estádios, assegurando os



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