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O eterno retorno em Niezsche
(mica 68)

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A doutrina do eterno retorno pode ser lida em dois sentidos fundamentais, considera João Duque, segundo uma dimensão antropológico – moral e uma dimensão cosmológico – ontológica.
Vista do lado antropológico – moral, assiste-se ao jogo da vontade humana, que ao acolher o eterno retorno se torna capaz de afirmar a realidade tal como é, afirmando-se a si mesma. Será no fundo, a fase do leão, que detém a vontade de transmutar todos os valores, superando o homem e dando lugar ao super-homem.
Do lado cosmológico – ontológico, está em jogo a constituição do ser e do tempo – ou do tempo de ser -, como considera João Duque, que permita o sim absoluto à realidade e não apenas a vontade do sim, ou mesmo o sim da vontade, o que seria demasiado humano. Esta dimensão seria representada pela metáfora da criança, que aceita o jogo do ser, inocentemente, no seu devir eterno sem nada querer, já que o querer se identifica com o que é. Raul Proença[1] considerará que aqui se encontra uma aporia insolúvel entre a liberdade e vontade humanas, próprias do homem criador, que assume o eterno retorno; e uma necessidade determinista, marcada pelo constante regresso do mesmo. Na Gaia Ciência diz Nietzsch que esta vida, tal como a vivemos actualmente, teremos de vivê-la inúmeras vezes mais, nela nada haverá de novo.
A sabedoria acerca do mistério do tempo, é dada a Zaratustra apenas no momento em que este é capaz de compreender o eterno retorno como modo diferente de dizer e afirmar o carácter selectivo do ser; no momento da sua convalescença, que lhe permite compreender que o eterno-retorno, não é um ciclo fechado e nada tem a ver com a predominância do mesmo.
A realidade selectiva do eterno retorno, apresenta-se numa dupla dimensão: como lei constitutiva da autonomia da vontade, que se quer ver livre da moral - tudo aquilo que se quer deve ser querido de maneira a que esse mesmo querer se queira também o seu eterno retorno -. Ao considerar-se a selectividade, pressupõe-se que retorna apenas, o que puder ser afirmado; tudo aquilo que é negativo, tudo o que deve ser negado, é expulso pelo movimento do eterno retorno. Este movimento de características centrifugadoras, expele para fora de si, tudo o que não interessa.
Sendo repetição, o eterno retorno transforma-se em princípio da diferença, em linguagem deleuziana, já que como repetição também selecciona, por isso, salva.
O problema da moral em Nietzsche é o problema da verdade, ou seja, a conformidade da nossa avaliação com a vontade de poder, que é a própria essência da vida e, por isso, constitui a razão última de todos os valores. Nietzsche considera que não há outros valores senão os que a vida estabelece, o que já de si é sempre uma manifestação da vontade de poder. No pensamento tradicional, o ser e o devir opõem-se, mas Nietzsche nega a existência de um cosmos feito de realidades espirituais e eternas, considera que não há “ser” para além do espaço e do tempo; o existente é o mundo da experiência sensível, que se mostra no horizonte próprio do espaço e do tempo. Este mundo é único, real e vivo e não conhece nada de constante e imóvel ou fundamental, que tem como princípio organizador a vontade de poder que é movimento, tempo e devir.
O tempo não existe só para o intelecto, ele é a forma como o fundo do mundo exerce o seu domínio: o jogo de Diónisos é devir puro.
Basicamente, Nietzsche procura recuperar a inocência da vida, que só é possívels



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