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Criatividade e vontade de poder em Niezsche
(mica 68)

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A noção de criatividade em Nietzsche, deve ligar-se aos de vontade de poder e verdade.
O conceito de vontade de poder, pode ser entendido em dois sentidos: inicialmente, numa fase de desconstrução do pensamento ocidental, a vontade de poder, surge como vontade de nada, que considera a vida fraca e mutilada e que, por isso, busca refúgio numa outra vida ilusória e decadente, considerada a verdadeira vida, que se pode observar pelos valores supremos da sociedade que assenta numa moral cristã. Esta vontade de poder, é inerente ao niilismo e tolera uma vida enfraquecida. Num outro sentido, a vontade de poder, corresponde a uma filosofia afirmativa. À vontade de poder anterior contrapõe uma outra que significa o jogo activo das forças criativas da vida, que fazem dizer e criar continuamente. Aqui podemos observar a conexão do conceito de vontade de poder com o de criatividade.

A concepção de verdade nietzscheana combate o determinismo que prolifera na sua época. A sua concepção de verdade implica um acto criador do sujeito, já que ela não se encontra, ela cria-se e este é um processo interminável.
Tradicionalmente, considera-se que a verdade surge, quando há acordo entre o pensamento e a realidade. Nietzsche, opõe à categoria de verdadeiro e falso, a de nobre e medíocre; a verdade deverá agora ser considerada sobre o ponto de vista axiológico-moral, o que conduzirá ao relativismo.
Na realidade, a vida não precisa de verdade, diz-nos Nietzsche, ela precisa de perspectivas em que o mundo surja como vontade de poder. Será desta perspectiva que emergirá o super-homem, aquele que é capaz de manter sob um único jogo perspectivas contrastantes.
Podemos ainda relacionar o conceito de criatividade com o super-homem, aquele que supera, transcende, deus. Se considerarmos que a marca de Diónisos está presente no homem (Diónisos entendido, não como o que simplesmente se contrapõe a Apolo, mas entendido como aquele que turva, que foge a qualquer dizer e representação e que por isso, se diz continuamente, o que implica abrirmos o nosso pensamento à diferença, à alteridade), esta marca dionisíaca, impede a representação, e o homem jamais poderá ser apreendido e dito de modo definitivo, e assim, poderíamos afirmar que o homem jamais se identifica consigo mesmo. O homem é também devir, mudança permanente. O homem reinventa-se continuamente, constroi-se infinitamente. Esta ideia compreende-se se consideramos a vontade de poder num sentido positivo, isto é, enquanto jogo de forças criativas que fazem dizer e criar continuamente.
O super-homem não é no entanto, considerado uma essência, isso implicaria a totalidade. O super-homem implica o desejo de transcendência na imanência, já que o homem deseja ultrapassar-se infinitamente; no entanto, é nesta vida terrena que o homem procura superar-se, e não num qualquer mundo transcendente, inteligível.
Este processo contínuo, permanente, e que nos surge como infindável, liga-se à ideia de eterno retorno, ou seja, aquilo que abre o presente ao porvir.
Assim, Diónisos, nunca vem à presença, não permanece num lugar fixo, o que impede qualquer apropriação, instigando o espírito criativo do homem.



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