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Educação e criatividade
(Mica 68)

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Educação e criatividade: sobre a possibilidade de uma geocriatividade intempestiva Durante muitos anos associou-se a criatividade à ideia de predestinação, de um dom ou do acaso. Hoje em dia, os esforços da investigação psicossociológica tendem a desmistificar e depurar, cada vez mais, tudo o que de obscuro envolve ainda o fenómeno da criatividade. Porém, encará-la com objectividade constitui, ainda, uma meta longa de ser alcançada. No entanto, há algumas tarefas essenciais no fenómeno da criação, surgindo a educação, para nós, como imprescindível na formação de sujeitos criadores. A criação artística, científica ou filosófica, só nos parece possível quando os seus autores detêm conhecimentos profundos resultantes de longas aprendizagens nesses domínios. Isto significa que há um trabalho árduo e um estudo profundo, sendo necessário, portanto, uma preparação para que surja o pensamento criador. Por outro lado, parece necessária uma fase de reflexão, na medida em que os dados se vão relacionando, após o que acontecerá uma espécie de “iluminação”, o «sentimento de eureka», quando se consegue alcançar uma solução nova para o problema que preocupa o criador que só o é realmente se se verificar a questão da sua validade no sistema que está a construir; quando se trata de uma questão prática, a solução é testada de molde a detectar a sua eficácia. Por isso, consideramos que a educação desempenha um papel importante nessa “preparação para a criação”, sendo portanto, o local privilegiado para o desenvolvimento da geocriatividade. Acreditamos que a educação tem um carácter iminentemente antropológico e que pode ser conduzida, por diferentes condicionalismos histórico-sócio-culturais, contudo, ela deve passar por uma mediação pedagógica, quer a nível reflexivo, quer nos planos tecnológico ou científico. Neste sentido, “um projecto de acção sobre o homem só será plenamente educativo se for pedagógico garantindo-se assim, no cerne do seu recorte antropológico, a sua inspiração e direccionamento humanistas. Esta afirmação aponta decididamente para uma visão não culturalista da educação, condição, afinal, para o estabelecimento de uma dialéctica autêntica entre ela e a cultura. Dialéctica que passará pela desindexação da pedagogia relativamente ao sincretismo cultural das instituições da sociedade global e pela sua implementação cultural nos projectos educativos”; caso contrário, haveria uma hegemonia dos processos culturais sobre os educativos. Conhecimento, liberdade e futuro são, os três alicerces de qualquer processo educativo. Eles são complementares entre si. Quem conhece é mais livre, no sentido de poder construir melhor o seu futuro podemos, certamente, apresentar objecções a esta tese, contudo, acreditamos que a educação que permite a criatividade se reveste de um carácter intempestivo, «contra o tempo a favor de um tempo futuro». Para fomentar a criatividade temos que superar as pedagogias de cariz convergente, conformista. As sociedades contemporâneas, refere Vattimo, são portadoras de diferentes modelos axiológicos que reivindicam o seu direito a (co) existir. Então, com que direito se pretende atribuir à educação a tarefa de transmitir e fazer descobrir um campo axiológico pré-existente e autónomo desconhecido pelo educando? É claro que podemos considerar que a educação contribui para a evolução da cultura, mas apenas enquanto portadora de valores imutáveis e irrevogáveis. Porém, com este estatuto, a educação acaba por sustentar a cultura dominante. Mas será esta a tarefa essencial que queremos para a educação?



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