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Nasci Pra Viver
(Ricado)

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H? momentos em que me percebo sedento de luzes, com fome de abra?os, carente de cores. Nessas centelhas de instantes imprecisos, sinto-me poeta, artista, violinista. Atra?do pela beleza, rasgo as roupas da formalidade e cubro-me com as capas dos rom?nticos. Subo em palcos imagin?rios, convivo com a boemia, declamo versos geniais, sento em botecos mal iluminados e rio sem motivo. Tamb?m carrego car?ncias que s? um Noturno de Chopin pode aquietar. Tenho abatimentos que s? ser?o curados com os olhares mansos dos Rembrandt ou com a delicadeza po?tica do Rubem Alves. N?o adiantam os repiques do Pelourinho, care?o de uma flauta doce, de um smooth jazz, de uma Norah Jones. Nos instantes em que preciso virar a p?gina da tristeza, lavo-me das cinzas com sil?ncio, troco o pranto por um sorriso gratuito e fa?o uma festa diferente. Assim, sem mais nem menos, passo a ver prados verdes por entre frestas estreitas de janelas fechadas, ou?o trov?es num c?u nu de nuvens e percebo o ar salitroso do mar long?nquo. Afogo a saudade num azul ?spero, pinto as fantasias de amarelo e consigo ressuscitar fantasias infantis. Viro alquimista. Aprendo a combinar cores e afugento esp?ritos amuados. Todo enfado foge. Meu mundo se aquarela: as amizades cobrem-se de fosforesc?ncia, as lealdades ganham cor de palha e a paz branqueja ?dios antigos. Deixo que o numinoso me enfeitice porque me sinto de outro mundo. Nasci para a eternidade. N?o me contento em viver, tenho que transcender, criar, transbordar, romper. Recuso arrastar-me; n?o gosto de cascas, preciso quebrar os caixotes que me prendem. Sinto-me alaz?o, ?guia, pirilampo, sei l? o que; care?o de espa?os. Atrofio dentro de gaiolas; as cercas me angustiam; as garrafas me asfixiam. Rasgo mapas, corto as cordas das ?ncoras, n?o aceito cabrestos. Viver o medo da surpresa me seduz. Quero o incontrolado, coexistir sem precisar ter dom?nio, lan?ar-me na dire??o do imponderado sem jamais imaginar-me um timoneiro. Mesmo que o futuro chegue brusco, que o iminente desperte numa piscada, que a morte se antecipe, continuarei brigando. Revoltado com a falta de vi?o, com a inconveni?ncia da tristeza, gritarei: nasci para viver!



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