MEDÉIA
(EURÍPEDES)
Como um dos mais marcantes trabalhos de valor imaginativo da literatura ocidental, Medéia nos remete às práticas da magia, aos sentimentos e à condição social da mulher grega no período clássico.Nesta obra, Eurípedes expõe a protagonista trágica como uma mulher abandonada pelo marido que desejava contrair novas núpcias com a jovem princesa de Corinto. Sentindo-se traída, Medéia é capaz de lutar e perseguir a sua vingança como um herói homérico.
Ela, então, envenena uma coroa, um vestido e manda de presente para a noiva. Ao tocar nas peças, a moça morre vítima de crudelíssimos padecimentos. O rei Creonte igualmente perece ao tentar ajudar a filha. Mas esse não é o cerne da vingança de Medéia: suas intenções são bem mais terríveis.
Cega pelo rancor de mulher rejeitada, Medéia usa um punhal e assassina os próprios filhos, indiferente a seus gritos infantis. Por fim, exibe, de longe, seus corpinhos inertes para um Jasão em desespero. Ele implora para abraçar os filhos uma última vez e os sepultar, mas Medéia, no arremate de sua vingança, não permite e vai embora.
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