JULIA LOPES DE ALMEIDA.
No Brasil da virada do século XIX para o XX, Julia Lopes de Almeida afirmava que a mulher deveria ser educada de modo pragmático e utilitarista, para ter a possibilidade de:
Atuar no espaço público contribuindo com a civilisação brasileira:
Os povos mais fortes, mais pra­ticos, mais activos e mais felizes são aquelles onde a mulher não figura como mero objecto de or­namento; em que são guiadas para as vicissitudes da vida com uma profissão que ampare num dia de lucta, e uma boa dose de noções e conhecimentos solidos que lhe aperfeiçõem as qualidades moraes. (...)
(LOPES DE ALMEIDA, Julia. Entre Amigas. Mensageira, n° 1, ano 1, 1897, p. 3, ênfase adicionada)
Atuar no espaço privado contribuindo para a formação dos herdeiros da Nação:
Uma mãe instruída, disciplinada, bem conhecedora dos seus deveres, marcará, funda, indestructivelmente, no espirito do seu filho, o senti­mento da ordem, do estudo e do trabalho, de que tanto carecemos. Parece-me que são esses os elementos de progresso e de paz para as nações (OP CIT).
Ao utilizar termos como civilisação, ordem e progresso Lopes de Almeida inseria-se no discurso-mestre de grupo governante e hegemônico – republicanos paulistas e mineiros na república do Café com Leite.
Enunciados como este, direcionados à mulher, e principalmente aos homens, inserir-se-iam em correntes de idéias (Cf. conceito de NAGLE, 1974) que influenciaram o Brasil ao final do século XIX. Tais ideários propunham papéis sociais de atuação feminina definidos e “naturalizados”: esposa e, sobretudo, mãe (D’INCAO, 1997, p. 223).
Orientando: Vander Vieira de Resende - Bolsista CNPq-UFSJ
Orientadora: Profa. Dra. Adelaine LaGuardia - DELAC
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LOPES DE ALMEIDA, Julia. Entre Amigas. In ALMEIDA, Presciliana Duarte (Dir). A Mensageira: Revista literaria dedicada á mulher brazileira, 2 volumes (edição fac-símilar). São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (IMOESP), 1987.
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