O que não mata
(Claudio Dias G)
Mariola era uma sábia de nascença. Não era gorda era gulosa. Tinha o pecado abençoado de espalhar a gula para toda a família. E não apenas a nuclear. Sagaz ela irradiava uma rara, generosa e sadia vontade de comer para quem estivesse perto. Bastava vê-la em ação e dava uma vontade de querer mais, de viver gordamente todos os momentos, bons e maus, da vida. Por isso mesmo que a alma da menina, e dos que com ela aprendiam, nunca foi gordurosa. Ao contrário. Era pança vitamindada, proteinada, bem calcificada de alegrias simples: comer entre amigos. E no mundo de Mariola todos comiam assim. Nesse mundo encanto, que pode ser de poucos muitos e será de muitos mais ainda, a fome que existia era a fome grande de vida. Vida crua, assada, cozida, frita, recheada, marinada, caramelada, ,... Mutia vida.
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