O Engolidor de Lápis ou \o Prometeus de Fósforos
(Claudio Dias G)
Verdade, se é que existe uma, é que aquele menino era mesmo esquisito. Esquisito nem tanto pelo jeito, nem se visto bem de perto. Era uma esquisitice já de longe mesmo e até de relance. Coisa clara toda vez que se o via de frente ou de costas; na sombra ou ainda cerzindo os olhos sob o sol á pino; e, principalmente em fotografias que acabavam sempre bem guardadas num albúm. Ou melhor, escondidas. Pois fosse ali só um ponto entre muitos, ele ainda assim sempre saía estranho e sem nem mesmo ter abotoada a camisa torta. E a revelação apenas confirmava seu espanto como se flagrado num novo atentado: “Eu???”. Atentado de quem? ainda nem sabia, mas era evidente. A prova era mesmo cabal. Pois sendo Kodak e ele de estatura ligeiramente superior à mediana; mal penteado e posto todos os anos de pé na fila de trás para o retrato de turma, não se disfarçava nem de perfil; nem mesmo querendo, ou ainda levantando bem o queixo, que a natureza tem lá seus caprichos. Nas preto-e-branco nem tanto. Mas com flash pipocado bem na cara de alguma festa de aniversário era pior ainda. Feia mesmo. ..
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