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OS CAMINHOS DA CIÊNCIA
(Luiza Farias)

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REFERÊNCIA :
LAVILLE, Christian & DIONNE, Jean. A construção do saber _ Manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Belo Horizonte: Editora UFMG,1999.

OS CAMINHOS DA CIÊNCIA Esta é uma resenha do capitulo A Pesquisa Científica Hoje, do livro Construção do Saber, 1999, de Christian Laville e James Dionne, professores canadenses, da Université Laval, que adquiriram durante seus trabalhos experiência na área de metodologia da pesquisa, o que permitiu-lhes poder apresentar os princípios e as práticas de produção da pesquisa.
O capitulo em questão narra os problemas que verificados nas tentativas da aplicação do método positivista, que acabam se tornando motivadores para o processo de enfraquecimento pelo qual o positivismo passou dentro das ciências humanas, e até mesmo nas ciências naturais, levando a uma nova maneira de se pensar e fazer ciência.
A complexidade dos fatos humanos foi o obstáculo encontrado para aplicação do método positivista de ciência. Compreender os fatos humanos e sociais através da experimentação e observação exigidas pelo positivismo é complicado. Nós humanos temos uma natureza menos previsível, já que somos ativos e livres, diferentemente dos elementos da natureza, que reagem previsivelmente, segundo Laville e Dionne (1999). Partindo da conclusão de que os humanos são seres que pensam, agem e reagem, os autores, se opõem à visão de Claude Bernard, de que o pesquisador deve se portar como um fotógrafo do fenômeno, que captura a realidade de forma fidedigna:
O pesquisador não pode, frente aos fatos sociais, ter essa objetividade, apagar-se desse modo. Frente aos fatos sociais, tem preferências, inclinações, interesses particulares; interessa-se por eles e a considera a partir de seus sistemas de valores. Seria inadequado perguntar se o pesquisador que estuda a lei da gravidade universal gosta ou não dos corpos que se atraem. Por outro lado, é difícil imaginar que, sobre a questão e evasão escolar, o pesquisador não tenha qualquer concepção prévia (Laville e Dionne, 1999, pag.34)
A partir dessa nova visão ocorre uma transformação no conceito de objetividade, que torna “o papel do pesquisador e reconhecido, bem como sua eventual subjetividade, que espera, todavia, ser racional, controlada e desvendada” (Laville e Dionne, 1999, p.39)
Toda a dificuldade em torno da não previsão do comportamento do objeto de estudo nas ciências humanas, e a objetividade comprometida do pesquisador, fazem os autores afirmarem que devido a essas dificuldades, o determinismo positivista perde o sentido de existência, já que a verdade nas ciências humana e sociais é entendida como relativa e provisória, podendo se definir apenas tendências e teorias.
A demarcação rígida entre as diversas áreas de estudo nas ciências humanas para que houvesse uma facilitação no exame e o controle de experimentações, típicos do método positivista de ciência, também pode ser encarado como obstáculo para que a haja uma compreensão completa de um problema, pois os autores pontuam que os fenômenos humanos ocorrem devido a uma enorme quantidade de fatores, sendo a abordagem multidisciplinar a mais adequada para resolução dos problemas de pesquisa, já que essa abordagem busca nas diversas disciplinas das ciências humanas as resposta para as dificuldades encontradas nas pesquisas cientificas. No campo das ciências naturais, o positivismo, que durante muito tempo prestou grandes serviços a este ramo da ciência, começa a sofrer alterações, pois estava limitando a expansão do conhecimento cientifico da natureza. “Os princípios do empirismo, a idéia de lei, e, inclusive, de determinismo, as regras da objetividade e os modos de verificação” (Laville e Dionne, 1999.36), tudo isso foi revisto ou questionado.
Diante do processo de não adaptação do positivismo dentro das ciências humanas e da limitação no ramo das ciências naturais, a ciência acabou se realinhando. Hoje, as ciências humanas e as ciências naturais partilham, na sua essência, das mesmas preocupações, segundo Laville e Dionne (1999. Neste capitulo, torna-se clara a incompatibilidade entre o método positivista de se fazer e pensar ciência dentro do ramo das ciências humanas e até mesmo das as ciências naturais. Os autores, Laville e Dionne, dão ao leitor interessado e que está construído uma ligação com o mundo cientifico, a oportunidade de conhecer os caminhos que surgiram, porque que razões não deram certo e os novos modelos usados. É, definitivamente, uma ótima aula de historia das ciências.



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