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Da Alvorada à Decadência
(Jacques Barzun; resumo de LCValentini)

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Se Bill Bryson reuniu em um livro os principais capítulos da ciência humana, Jacques Barzun tem o mérito de ter reunido em uma obra de 862 páginas o brilho da cultura ocidental desde 1500. Essas linhas servirão apenas para atiçar o leitor, porque é impossível resumir Barzun, como o é, por exemplo, "Os Irmãos Karamazov", de Dostoiévisky (por sinal, Barzun dedica algumas páginas ao grande romancista russo). Podemos começar falando do" Da Alvorada à Decadência" pelo título. Evidente que Barzun se refere à mediocridade dos tempos atuais. Comparando o crescimento intelectual humano desde o período renascentista, não é difícil compreendermos o porquê da crescente - e vertiginosa – decadência de nossa atual cultura. Barzun deixa isso nítido nas páginas iniciais. Ora, o interesse súbito por culturas orientais. Ou pela ''''cultura'''' de auto-ajuda... A própria palavra ''''cultura'''' acaba adquirindo diversos significados; basta imaginarmos os termos diretamente a ela conectados: separatismo, nacionalismo, individualismo, crenças, ditames morais, etc. O núcleo humano diferencia-se dos demais animais pelo seu interesse em criar sua cultura; de cada termos desses, há uma espécie de cultura. A parte I do livro inicia-se com uma das mais bruscas rupturas da vida religiosa: As 95 teses de Lutero. Desnecessário descrever a importância dessa ruptura. Mas é importante comentar que, genialmente, Barzun descreve cada capítulo inserindo no próprio texto - e de ordem cronológica - as personagens de destaque. É assim que Erasmo surge; um dos maiores humanistas que utilizou a ironia para expor suas idéias. Basta lermos “Elogio à Loucura”. Era também sensato e erudito. Segundo consta, quando lhe indagaram a respeito das Cruzadas, ele dizia que Cristo queria que os homens combatessem os vícios, não os turcos. Por conhecer o grego, tornou-se solicitado pelos príncipes ávidos de saber. Ainda nessa parte, Barzun dedica várias páginas a Calvino, Carlos V, Rabelais, Montaigne, entre outros. A parte II inicia-se com as vicissitudes da Monarquia. Não há, ainda, espaço para o verdadeiro conceito de ''''nação''''. Estamos no sec. XVII, e diferentemente do que muitos pensam, o absolutismo não teve início com Luis XIV. Barzon demonstra que a França detinha tal regime desde o séc. XV. Nesse capítulo, o autor expõe no que consitiu a revolução monárquica, assim como a classe conhecida por ''''burguesia''''. No capítulo "Os Puritanos como Democratas", Barzun expôs a respeito do regime puritano; a reposição dos Stuart e os perigos que um poeta (Milton) - e crítico do sistema pregado pelos puritanos - correu. Ainda nessa parte, há um capítulo dedicado à Londres. Estamos em 1715, e uma das preocupações dos ingleses era de uma invasão promovida pelos escoceses e franceses; afinal, duas décadas antes, ocorrera a Revolução Gloriosa. Mais importante, Barzon nos apresenta Defoe, considerado o pai do jornalismo político. A Parte III inicia-se com a digressão da palavra Romantismo. Vale lembrar que, enxertado ao texto, Barzun viabiliza trechos das obras de alguns dos pensadores que cita. Portanto, durante esse capítulo, o leitor se deparará com palavras de Blake, Walter Scott, Chateubriand, Stendhal, entre outros. Como na Parte II, há um capítulo dedicado à Paris. É nessa cidade que, por volta dos anos 1820 e 1830, artistas e escritores se encontraram - a despeito da precariedade estrutural da cidade. Ora, Champs-Elysées, conforme Barzun diz, "não eram mais do que um caminho amplo e poeirento que só levava até junto de alguns tocos de alvenaria, no canteiro de obras do ainda inacabado Arco de Trinufo" (pag. 536). Ainda nesse capítulo, Barzun dedicará páginas para a dramaturgia, e evidentemente, Shakesperare não poderia deixar de ser citado. Por fim, a última parte, já o "Mundo Moderno".



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