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Os Rapazes de Vocação (parte 2), de Eliana Tolentino
(Eliana Tolentino)

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Os Rapazes de Vocação (parte 2), de Eliana Tolentino Tolentino não deixa de considerar que o ato de Lucas como crítico é um trabalho de comentar e de julgar a obra criticada. Ao efetivar tal trabalho o crítico daria continuidade ao processo de existência da obra. O processo de recepção da obra pelo crítico seria o de um leitor privilegiado, que seria capaz de observar o “verdadeiro e o belo”, de acordo com Lucas. Tolentino destaca que Lucas afirmaria a interação entre o leitor e o escritor e não entre o leitor e o texto. A identificação com o escritor se daria devido ao desejo do leitor, enquanto crítico literário, de ser um escritor. Na recepção, a relação entre leitor e escritor poderia ser, também, aquela de membros de uma mesma comunidade interpretativa (lembremos de Stanley Fish) com interesses e ideais similares, em tal comunidade se encontrariam amigos que não conhecemos, mas que nos completam maravilhosamente (LUCAS apud TOLENTINO, p. 180). Ao se voltar para as fontes primárias Tolentino participa de um movimento em busca de arquivos, como dissemos anteriormente, que considera que só é possível a apreensão de um “todo fragmentário”, em relação a um objeto que não se fecha e cuja pesquisa é parcial e provisória. Ao permitir um vislumbre do quadro cultural belo-horizontino dos anos de 1950, a pesquisa em fontes primárias permitiria um resgate da memória cultural e uma revisão de concepções preestabelecidas, bem como possibilitaria que se observasse a relação entre jovens escritores a tradição literária, principalmente mineira. A crítica de Lucas seria exemplo de uma mudança de época. De um período de engajamento do intelectual, dos anos trinta e quarenta, para um período de busca de método e especialização do meio acadêmico, da crítica literária e dos estudos de área. A especialização do crítico literário e seu papel como leitor-critico estaria relacionado às relações de poder, pois este seria detentor de um saber e por isso seria a pessoa mais indicada para realizar a leitura e a escrita acerca de obras literárias. Já a crítica da crítica empreendida por Tolentino nos parece, também, um exemplo de mudança de época. De um período de atenção a imanência do objeto literário, empreendida em um período disciplinar, para uma período definido por Eneida Leal Cunha como pós-disciplinar, em que os estudos culturais e os Estudos Literários lutam entre si para terem voz, bem como ocupar lugares de poder e de saber institucionais. Contudo, esta outra história terá que ficar para outro momento. [email protected] - Vander Vieira de Resende TOLENTINO, Eliana da Conceição. Os Rapazes de Vocação: Lugares Críticos. In: VAZ, Artur Emílio Alarcon et Alli (Orgs.). Literatura em revista (e Jornal). Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, POS-LIT; Rio Grande, RS: Fundação Universidade Federal do Rio Grande, 2005, p. 163-186.



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