A Outra Solução
(JESUS)
A rica teologia do relato da multiplicação dos pães pode ter uma ressonância muito particular para estes tempos de crise, esgotamento de recursos energéticos, escassez de trabalho, miséria crescente dos povos subdesenvolvidos. Como resolver o problema da subsistência de homens e povos confrontados com uma situação de escassez e falta de bens necessários para uma vida digna? O relato evangélico propõe uma primeira solução insuficiente e inviável. Não bastariam duzentos denários para comprar um pedaço de pão para cada um. A solução não está no dinheiro. Os homens e mulheres sumidos na necessidade não podem «comprar pão». Por outro lado, «comprar pão» significa que há homens e povos que dispõem de alimentos em abundância, mas que não os cedem a não ser impondo um preço e condições que aumentam o seu poder sobre os necessitados. Jesus orienta os seus discípulos para uma solução distinta que não crie novas dependências de opressão e exploração. Uma solução enormemente simples e que consiste em partilhar com os necessitados o que temos cada um, mesmo que seja tão pouco e desproporcionado com a magnitude do problema como os cinco pães e os dois peixes daquele menino. Mas não podemos esquecer algo que o relato quer sublinhar. Jesus, antes de começar a reparti-los, pronuncia a acção de graças ao Pai... Só quando reconhecemos que os nossos bens são benção do Pai à humanidade, podemos pô-los ao serviço dos irmãos. Ao restituir a Deus com a sua acção de graças os bens da terra, Jesus orienta-os para o seu verdadeiro destino que é a comunidade de todos os homens e mulheres. Não é possível reconhecer sinceramente a Deus como Pai dos homens e fonte de todos os nossos bens e continuar a monopolizá-los de modo egoísta, desinteressando-nos dos povos famintos e dos homens sumidos na miséria. Os bens da terra não podem servir para acrescentar a nossa discórdia e mútua exploração, mas para criar maior fraternidade e comunhão. A vida não nos foi dada para fazer dinheiro, mas para nos tornarmos irmãos. A vida consiste em aprender a conviver e a colaborar na longa marcha dos homens para a fraternidade. (Cfr. Jo, 6,1-15)
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