Carol
(Patrícia Highsmith (Claire Morgan))
Carol, de Patrícia Highsmith foi escrito em 1948 porém só foi publicado em 1949, sob o pseudônimo de Claire Morgan. O livro que se chamaria The Price of Salt (O Preço do Sal) trata-se de um romance entre duas mulheres, a jovem cenógrafa Therese Belivet e a dona de casa entediada (mas não menos interessante) Carol Aird. Therese sai de um colégio interno, onde foi criada e carinhosamente cuidada por freiras, e vai para Nova York com o sonho de ser cenógrafa. Lá mora sozinha em um pequeno apartamento e trabalha em uma loja de departamento chamada Frankenberg`s em Manhattan. O trabalho na loja de departamentos é só um “bico” para conseguir dinheiro suficiente para ir para a Europa com o namorado Richard. Therese acha o trabalho de vendedora de bonecas na loja de departamentos entediante, somado ao fato dela estar cercada de pessoas desconhecidas, exceto por Ruby Robichek (uma outra vendedora que ela acaba conhecendo no refeitório). Depois do trabalho nossa jovem protagonista vai para seu apartamento e monta algumas maquetes para mostrar à algum diretor teatral ou se encontra com Richard. Richard, um aspirante a pintor, mostra-se muito dedicado a Therese, mas o relacionamento dos dois não é tão íntimo , Therese está sempre delimitando uma linha de contato por mais que o rapaz tente conquista-la. Isso se deve ao fato de Therese não ama-lo de fato mas de estar, simplesmente, acostumada com sua presença. Richard planeja romper toda essa distancia com uma romântica viagem a Europa. O livro começa a ficar realmente emocionante quando Therese conhece Carol na loja em que trabalha. Esguia, loira, elegante, Carol é o retrato da bela mulher do meio do século passado e que quando vai a Frankenberg`s comprar uma boneca para sua filhinha acaba fazendo-se notar por Therese, que acaba dando um jeitinho de se aproximar. Daí pra frente tudo caminha para que as duas se aproximem ainda mais. Therese abandona a loja de departamentos, consegue um trabalho de cenógrafa em uma pequena companhia teatral e dá um fim no relacionamento com Richard, que a despreza quando se dá conta do real sentimento de Therese por Carol. As duas saem em uma viagem de carro pelo país e são perseguidas por um detetive, a mando do ex-marido mau caráter de Carol, que quer flagra-las juntas para conseguir a guarda permanente da filha. Carol perde a guarda de sua filha mas encontra o amor verdadeiro. Therese encontra a realização profissional e tem Carol como o verdadeiro ponto de referência de sua vida. A trama foi considerada muito polêmica para a época. Em seu pós-escrito a escritora diz que Carol ficou engavetado durante dez meses e que precisou mudar de editora para conseguir coloca-lo nas prateleiras. Mas ainda assim, só ganhou “popularidade” muitos anos depois com as edições de “bolso”. Este livro, definitivamente, ajudou a romper certos padrões de “normalidade” e foi um dos poucos com finais felizes para homossexuais, considerando-se outros romances da década de 50, onde a maioria dos gays eram vistos como escória ou como pessoas de moral desviada que sempre acabavam se matando ou vivendo uma vida amarga.
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