Consulta Pública do CTB
(Ministério da Justiça)
É impossível tentar analisar a questão do trânsito no nosso País somente sob a ótica da punidade, sem tocar na questão da cidadania e da educação.
O desenvolvimento de uma consciência social ainda engatinha no Brasil: há pouca consiência de que, enquanto cidadãos, somos membros de uma nação e cada um tem a possibilidade de cobrar do Estado as necessidades que nossa comunidade tem.
O exercício da reivindicação por melhores condições de vida passa pela consciência social, pela compreensão dos interesses comuns, tratando-se de fenômeno lento, que depende do desenvolvimento de uma capacidade crítica e de maturidade política.
Dessa forma, a conquista da cidadania depende não do governo, mas, de pequenas modificações nas condutas individuais, respeitando mais os deveres implícitos na fato de ser um cidadão. O fato de aguardar um sinal vermelho e só seguir quando o verde aparecer reflete, na verdade, o respeito pela liberdade de ir e vir do outro, que também esperará a sua vez de transitar.
É uma grande aprendizagem que temos pela frente, como nação. A educação para a cidadania passa, obrigatoriamente, pelo exercício dela em casa e na sala de aula, em praticar essas atitudes no dia-a-dia, em negociar conflitos, em se unir aos companheiros para atingir um objetivo comum. É preciso que cada um se veja como responsável por mudar esse quadro, que cada cidadão, nas menores atitudes, busque o bem comum.
As mudanças precisam acontecer, mas não podem ser somente punitivas, precisam mudar comportamentos.
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