BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


A febre do clima
(Fernando Pohlmann Livi)

Publicidade
A palavra febre pode ser usada em dois sentidos, um para expressar o aumento da temperatura, e outro, para mostrar algo que se repete ou está em moda. Estes dois sentidos de "febre" podem bem representar o que ocorre atualmente com o clima no planeta Terra, pois os dados climáticos globais têm demonstrado um aumento da temperatura média anual do mesmo, e o assunto tem sido apresentado e discutido cotidianamente. Quando se diz que o clima do planeta está mudando e que sua temperatura tem se elevado, fato este também denominado de aquecimento global ou de mudanças climáticas, devemos ter o conhecimento de que, na verdade, o que os dados nos mostram é uma representação limitada do comportamento do clima das diversas regiões da Terra. Pois, o termo "clima" significa as características climáticas individuais das diversas paisagens existentes nas diferentes latitudes e altitudes, bem como da sua posição sobre a superfície terrestre. O aquecimento global e as mudanças do clima têm nos preocupado porque podem provocar alterações significativas em nossas atividades cotidianas. Dois exemplos recentes dessas alterações foram a necessidade de racionamento de água em diversos municípios do Rio Grande do Sul, no último verão, em virtude de uma forte estiagem, ou as conseqüências de um fenômeno anômalo como o "furacão Catarina", que nasceu de um sistema frontal (uma frente fria), comum em nossa região, mas que se desenvolveu de forma inesperada, adquirindo as características de um furacão, fato inédito na Região Sul. Entre os processos que o aquecimento global e as mudanças do clima podem influenciar, estão a intensidade, a freqüência e a maneira como se desenvolvem os sistemas frontais sobre nosso estado. A transformação no comportamento dos sistemas frontais sobre o Rio Grande do Sul pode resultar em maior intensidade e freqüência de fenômenos como enchentes, estiagens, granizo e vendavais. Analisando os dados climáticos de Porto Alegre dos últimos 94 anos, que podem ser representativos para o Rio Grande do Sul, observa-se uma elevação da temperatura mínima média anual em 1°C, um aumento significativo dos dias nublados (+20%) e uma redução expressiva do número de horas anuais de insolação (-20%). As outras variáveis climáticas não sofreram alterações tão importantes. Estas mudanças observadas se devem à forma como os sistemas frontais têm se desenvolvido sobre o nosso estado, mantendo a nebulosidade por maior período de tempo sobre a região. O fato de que os sistemas frontais estejam provocando um aumento da cobertura de nuvens sobre o Rio Grandedo Sul, e estas estejam produzindo um efeito estufa que impede um forte resfriamento noturno, tem feito com que as temperaturas mínimas não sejam tão baixas como nas décadas iniciais da série de dados. Então, os invernos gaúchos estão menos rigorosos do que antigamente. Da análise dos dados climáticos de Porto Alegre, podemos assinalar que a febre detectada no planeta como um todo não está perceptível em nossa região da mesma forma. O que percebemos é a nebulosidade se apresentando como a variável que teve o seu comportamento alterado significativamente, com suas conseqüências. Mas nada nos garante que, no futuro, outras variáveis não venham a apresentar variações igualmente significativas.



Resumos Relacionados


- Aquecimento Global

- A Terra Está Doente, Mas Pode Ficar Saudável

- Aquecimento Global

- Definição De Modelo Climático

- Entenda O Aquecimento Global



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia