Anticristos + Zaratustras
(Nietzsche)
Desde 1894 Nietzsche não mais falava, berrava, desde 1893, acometido de uma paralisia na espinha dorsal, vivia preso à uma cadeira de rodas, desde 1892 já não reconhecia nenhum dos amigos. Decifra-me ou te devoro, cobrou-se um alto preço daquele que ousou decifra-la com seus zaratustras e anticristos. “Como o homem tem necessidade de ilusões para viver bem!” já dizia, “só o que é nossa contribuição – tempo/espaço/ relação de sucessão e de números – nós realmente conhecemos”, provocava, sabendo que havia muito mais por trás do que nosso olhar vesgo (vesgo!) podia ver (ver?). Ou das armadilhas das “escolas”, ao invés de corrigir, aumentando ainda mais nossa vesguice: “Mestres e alunos. Faz parte da humanidade de um mestre advertir seus alunos contra ele mesmo.” (Aurora). Boa tentativa, mas o velho nit reacendeu a pergunta: fomos dotados para decifrar o enigma, ou temos aqui um aviso de que uma tentativa mais contundente será penalizada com a loucura total? Não coma a maçã!
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