Constantino Rei dos Floristas I
(Júlia de Barros Biló)
CONSTANTINO, REI DOS FLORISTAS De menino enjeitado a florista da realeza francesa Na histórica vila de Torre de Moncorvo (Trás-os-Montes, Portugal) uma placa toponímica, estatizada numa parede centenária, ostenta, sob o olhar passivo de todos os que lêem e não reconhecem qualquer memória, o nome de Constantino, Rei dos Floristas. Talvez não seja de estranhar o desconhecimento, pois Constantino viveu há cerca de dois séculos. A esta distância, valeu-nos como fonte de informação a valiosa pesquisa de Júlia de Barros Biló, conterrânea de Constantino, professora atenta que, a dada altura, percebeu que “a vida aventurosa” desse homem poderia ser reconstituída como que num romance, “com uma pincelada de veracidade aqui, introduzindo um provável amigo ali, desenvolvendo um facto real acolá”.? Estávamos então no século XIX, o século da revolução industrial, o século das revoluções contra os decadentes regimes absolutistas, réplicas desse fenómeno maior que foi a revolução francesa que também fizeram tremer Portugal. ?Constantino José Marques nasceu a 16 de Agosto de 1802, em Torre de Moncorvo. Fruto de infidelidade conjugal e por isso não bem vindo ao mundo, a Roda dos Enjeitados acabou por ser o seu primeiro destino em vida. Depois de amamentado e acarinhado por uma ama zelosa, duas irmãs abastadas, que eram, afinal, suas tias paternas, assumiram a protecção de Constantino, dando uma mesada avantajada a um casal de tendeiros para que se encarregassem da sua criação. Até que chegou à idade de 16 anos. Preparado então para o novo ofício, instruído nas regras de etiqueta, o rapaz foi servir como criado-grave para uma casa rica e nobre de Moncorvo, sem saber tratar-se da casa dos seus avós maternos e que aí iria cruzar-se com a sua verdadeira mãe. De resto, não chegou a sabê-lo, mas a mãe reconheceu o filho, adoecendo e levando toda a família a deslocar-se para Lisboa. Colocado numa outra casa para servir, nunca mais manifestou o mesmo empenho na sua profissão, pelo que as protectoras determinaram que fosse para um convento de Franciscanos. Tinha 17 anos. Foi aí que, numa tentativa de fugir à prisão que era para si o convento, Constantino começou a dedicar-se ao jardim e às flores. Um ano volvido, o jovem alia-se a um colega, igualmente insatisfeito com aquela vida, e fogem os dois rumo a Viseu, para se alistarem no Batalhão de Caçadores 5.
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