O Livro das Fábulas
(Hermann Hesse)
Neste livro fábulas, estão reunidas mais de vinte lendas e contos que precisam de olhos aguçados para obterem discernimento do emaranhado das estórias que mergulham o autor. Escrito entre os anos 1904 e 1927, este livro, de início retrata quão difícil era viver numa época em que o paganismo decadente cedia espaço à nova doutrina - a cristã. Período de aguçados conflitos internos, pois era o afronto entre personagens misteriosos como os sátiros ou demônios do campo, faunos, centauros, druidas, homens-animais, eram convivências vivas na mente humana da época em que o obscuro sobressaia o límpido, o ideal rígido dominava as entranhas dos seres em sempre em conflitos interior. O oposto disto estava o Frade, homem penitente, bondoso, entregue às orações e sacrifícios, pois para alcançar a salvação era preciso viver e morrer por Deus. Ao falar de eremitas, o autor mergulha em diversas lendas e contos, assim amenizam suas palavras. Haja vista o homem em conflito extremo, exposto à tentação e toda má sorte, levando uma vida miserável, de sofridão. Descreve então o personagem que se penitencia para receber pães como seu sustento, flagela-se durante o dia até o sol se por no horizonte, para ao anoitecer receber a comida de um anjo. Contudo, este mundo tem outras ofertas e como o personagem não precisa se esforçar para receber o sustento, pois o teria de qualquer forma, bastando apenas orar, quebrou a promessa não se penitenciando como antes, não consumindo todo o pão recebido, perdeu o interesse pela dádiva, distanciando-se de Deus. Assim, dias ruins tivera. Perdeu tudo que de bom agrado recebia. Somente mais tarde recuperou a graça depois de reconhecer seus erros, pecados e voltar à vida de sacrifícios. Não diferente viveram os eremitas Basílio e Justino, homem do campo que levavam uma vida de renúncia, abstendo-se das tentações humanas. Estes num primeiro momento dedicavam suas vidas às orações, penitências, mas o fazia em troca do alimento, para assim recebê-lo sem muito esforço e também redimir de seus pecados que não foram poucos com vinhos e mulheres. Contudo, isto os aborreceu, pois somente a penitência não os fazia fortes o bastante para se afastarem dos desejos deste mundo. Passaram a trabalhar! Assim com muito esforço o produto deste trabalho era vendido duas vezes por ano na cidade. Temiam a cidade, pois esta oferecia desregradamente exagerados prazeres. Mas o trabalho os fez fortes até para evitar tamanha permissividade. Mas um dia caíram em desgraça e quase perto do fim se propuseram à penitência e ao trabalho, prometendo nunca mais voltarem à cidade até o fim de suas vidas! Outro exemplo de vida oferecida a Deus. Outra personagem, uma jovem, filha única de pais humildes caiu doente. O pai, em seu desespero ofereceu a filha a Deus e esta seria a Sua noiva para todo o sempre em troca da cura desta doença grave. Um jovem se apaixonou pela encantadora jovem, mesmo ainda doente e enviou-lhe uma carta com tal declaração. Eis que ela o surpreendeu se declarando que promessa feita pelo pai se cumpriria permanecendo virgem até o fim de seus dias e jamais compartilharia com homem algum os prazeres conjugais. Curada, disse certa vez ao jovem que não era sacrifício algum abster-se das coisas deste mundo, pois os anos passam rápidos demais, embora esperasse viver pelo menos oitenta...
Resumos Relacionados
- A Penitência Na Idade Média
- A Relacao Entre O Ministerio De Jesus E De Joao Baptista .
- Eclesiastes
- O Alquimista
- A Relação Do Homem Com Deus
|
|