A relação espaço-temporal entre os governos de Floriano Peixoto e Lula
(Paulo de Almeida Ourives)
A RELAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL ENTRE OS GOVERNOS DE
FLORIANO PEIXOTO E LUIS INÁCIO LULA DA SILVA
Paulo de Almeida Ourives
Para um leigo no assunto, é difícil encontrar aspectos semelhantes nos governos do ex-Presidente Floriano Peixoto e do atual Presidente, Luís Inácio Lula da Silva. Mas Lima Barreto, ao escrever o seu romance “Policarpo Quaresma”, que retratava aspectos cotidianos daquele período em que o “Marechal de Ferro”, administrava o país, deu-nos pistas dos acontecimentos vividos pelo segundo presidente brasileiro. E é a partir desse momento que vemos a relação existente entre eles.
Se para Floriano Peixoto, Policarpo era um “visionário”, porque queria implantar uma reforma agrária, porque a agricultura seria a salvação do país para o combate a fome. Percebemos hoje, que os discursos de campanha de Lula, desde que ele se candidatou pela primeira vez à presidência da República, foram esquecidos pelo atual presidente, que até o momento não colocou em prática a “reforma agrária” que ele sonhava. Seria isso um sinal de que ele percebeu que os discursos de campanha eram palavras ditas por um “visionário”?
O que mudou do Lula, candidato à campanha presidencial e o Lula-presidente? Muita coisa mudou. Os sonhos foram esquecidos, os discursos apagados. As estratégias e os planos modificados. O Brasil que viveu sempre sob a batuta dos generais e de homens de direita, deu à Lula a oportunidade de uma mudança, mas o que o povo vê hoje, é que o país continua o mesmo, o que mudou foi realmente a postura do presidente, que levou para o Planalto, homens que outrora sofreram perseguições, foram tidos como “inimigos da Pátria”, e que hoje se vêem as voltas com escândalos de corrupção, mensalões, mensalinhos, “gordas gorjetas” (referência ao ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti) e pagamentos de propina.
Enquanto isso, o povo vai sofrendo à duras penas, com os problemas de sempre. Um salário mínimo pequeno que mal dá para viver, e quando as entidades como o DIEESE, resolvem entrar na briga por melhoria no valor do salário o que o presidente dá? R$ 50. Avisando inclusive que esse é o máximo que o governo pode dar.
É bem verdade que dadas as circunstâncias, e as diferenças econômicas regionais, os atuais R$ 350,00 (trezentos e cinqüenta reais), dados pelo governo ao trabalhador brasileiro estão longe de ser um salário digno para as famílias que vivem às voltas com gastos de aluguel, alimentação, vestuário, transporte, educação e remédios. Mas isso é apenas a visão de quem vive na Região Sudeste, porque no Norte e Nordeste a realidade é outra, pois o salário é aviltante dados os parcos recursos existentes bem como a diferença nos preços dos produtos que sofrem reajustes por causa dos atravessadores.
Aliás, outro fato que possui correlação de semelhança entre os dois governos e foi mostrada por Policarpo, desde àquela época, era a forma escrachante com que os atravessadores, compravam os produtos in natura, e os vendia à altos preços nas feiras livres, ganhando muito mais do que o produtor rural que possui a terra, tem gastos com fertilizantes, trabalhadores, bancos, corre o risco de perder a plantação e o capital e ainda assim até hoje, o governo não fez nada para combate-los.
Felizmente, nessa história toda, o único fato diferente é que, enquanto Floriano mandava para o paredão, os seus inimigos e os inimigos da Nação, Lula, ainda os deixa viver, “sentido”, pela traição e pelos golpes de corrupção descobertos pela população e e que vivem
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