Reflexões sobre as relações amorosas e as relações virtuais
(Paulo de Almeida Ourives)
Reflexões sobre as relações amorosas e as relações virtuais
Ontem eu vi teus olhos...
Dora Nascimento
Juro que foi sem querer...
Foi inesperadamente
Inevitável.
E não deu tempo de fugir
Pra cá...
Pra perto do meu pai...
Pra – ao menos – perto do Mar.
Quando vi tava no teu olhar
De Mar Negro
Dúbia imensidão
Um lampejo
De sensibilidade arguta
Escrutinando almas.
Foi sem querer...
Abrindo uma página...
Vi-te lá, olhar eternizado.
Olhando nos olhos
(da máquina?)
Tirei teus olhos do papel
Desprezei os restos de realidades
Imagens...
Luz,
cor,
tez...
Pra esses detalhes
Apenas um talvez...
Sei que fiquei,
fiquei,
fiquei,
fiquei...
Numa entrega
Sem abandono de mim
Pois, como já te disse,
Eu não sei nadar no mar.
Sei que era sexta-feira
De estrelas e Drummond
Antes de “Um Drink no Inferno”.
E depois de cometer
Esse pequeno suicídio
De juramentos quebrados
Medos abandonados
Eternidades Efêmeras
E outras quimeras,
Sai pra dançar.
Dancei em sedução
De alma pra corpos
De corpo pra almas,
Dancei seduzindo
E na saída eu quis
Alguém comigo,
Pra não querer
Nesta noite
Morrer sozinha.
Os teus olhos
Perseguiram-me
Até nos olhos da menina.
Dormir em fogo de vulcão
E acordar na serenidade morna
De uma pele adormecida
Em manhã de sábado e sol.
Não a acordei,
Sai antes disso,
Assim ela fica na memória
Como personagem notívaga.
O nome...? Pra quê...?
Detalhes...
E alguns podem ser corrosivos.
E enquanto nos amávamos
Não importa quem ela fosse,
Eu estava contigo.
Depois de encontrar esse poema no endereço eletrônico overmundo.com.br, fiquei com a sensação de que o amor é assim, basta um olhar para nos apaixonarmos por alguém que não conhecemos, começamos a imaginar mil coisas mas principalmente uma maneira de como chegar nesta pessoa que nos encanta. Passado o primeiro contato, o primeiro olhar, o mundo se transforma, vemos outras cores a nossa volta, já não nos importamos mais com o que passou. As desilusões que nos marcaram, as lágrimas que soltamos por alguém que já não tinha mais interesse e paciência para nos escutar. Mesmo depois de tantas desilusões o ser humano é capaz de renovar a sua paixão e à sua vontade de encontrar alguém que lhes dê carinho e atenção. Acho que somos mesmo, movidos por esse sentimento de ternura para com o outro, e a ausência dele, nos traz inquietação, sofrimento, dor, desilusão.
“Assim ela fica na memória”, nos remete as lembranças que guardamos dos bons momentos vividos, dos abraços trocados, dos beijos e das carícias. A lembrança de outro ser de vez em quando apazigua os corações sofridos de quem ainda vive na solidão. Em relação aos jovens ardentes, o reencontro alimenta a alma, anima o desejo, e passamos então a viver numa troca alucinada de carícias e carinho, com tal voluptuosidade que nos sentimos donos dos gestos do outro.
Já se foi o tempo em que namorar era um compromisso sério, e os jovens mantinham esse compromisso até o casamento. Hoje as novas tecnologias, colocam em cheque o sentimento vivido por duas pessoas. Nesse mundo tecnológico, podemos dizer que há também dois tipos de amores, o primeiro daqueles que viveram tanto tempo sem ter um amor, e perdem horas navegando na internet, trocando confidências e desejos ambíguos na frieza de uma máquina que acaba interpretando e trocando informações com quem está do outro lado da linha. Mas há também aqueles que vivem a vida com tal intensidade, que deixam as novas tecnologias de lado. Procuram no calor humano o conforto para o coração.
Nesse mundo virtual e tecnológico que vivemos o peri
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