Jornal NH - Autor: Aurélio Decker
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Dois dias e duas noites com toda a família numa casa em Santa Catarina,na beira do canal que liga a Lagoa Conceição com o mar. Nem parecia feriadão de finados de tanta alegria.
Deu uma vontade louca de tirar um ronco, na rede perto da lagoa.
Aí vi uma figura de um pescador carregando sua tarrafa. Ele caminhou 20 metros para dentro do canal e fixou uma estrutura de madeira colocando-a de uma maneira que ficasse com os quatros pés no fundo.
Subiu na estrutura e movimentava seus pés até saber que tal "andaime" estivesse firme.
Aprontou a tarrafa e olhava fixamente para a água.
Achei que seria uma aula grátis. Nunca tinha conseguido lançar uma tarrafa que abrisse aquele circulo enorme.
Tentei várias vezes em outras épocas. Necas de aprender a tarrafear. Observei de olhos fixos o tarrafeiro mas ele não a jogava só olhava para a água. Conclui que o cara só entraria em ação quando visse algum peixe passar.
O pescador lá,moletom e capuz na cabeça, tal qual um monge budista. Nem tanto por causa do capuz e sim pela ilimitada paciência.
Digo que o tarrafeiro das 14h15 até a 17h50, quando a chuva apertou ele se mandou, lançou a tarrafa três vezes.
Pegou quatro tainhas na primeira vez, seis na segunda e cinco na terceira.
Perdi meu sono, primeira vez que vejo um pescador jogar sua tarrafa quando tinha certeza que ia pescar algum peixe.
Fiquei tão invocado por, causa da imobilidade, da atenção e da monumental paciência de um humano caçador.
Isso só poderia ser coisa de Catarina, só pode ser!
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